São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2009

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MOTOR

Enrascada


Todos os sinais indicam que Castro Neves terá dias duros com a Justiça dos EUA, a partir desta segunda-feira


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

BRASILEIROS moradores de Miami começaram a sentir algo estranho no ar quando alguns receberam visitas de funcionários da Receita Federal americana. No vocabulário das conversas, palavras e expressões de outro mundo, do mundo das pistas de corrida. Nas folhinhas na parede, o ano era 2005. A investigação caminhou, avançou e explodiu quatro anos depois. Em outubro de 2008, Castro Neves, morador da Flórida desde 1997, foi denunciado por fraudar o governo dos EUA em US$ 5,55 milhões. Pagou quase o dobro para responder às acusações em liberdade, US$ 10 milhões. Na soma das condenações, pode alcançar os 35 anos de prisão. O julgamento começa na segunda, e os sinais são os mais tenebrosos para o brasileiro. Senão, vejamos. A investigação levou quatro anos, teve colaboração do Ministério Público Federal em São Paulo e produziu denúncia de 22 páginas com informações bem fundamentadas e repletas de detalhes sobre as operações das empresas do piloto. Se você tem curiosidade em ver, a peça está na rede: tinyurl.com/heliocas1. Segundo informação no blog do Frederico Vasconcelos, colega desta Folha, Castro Neves recebeu e analisou com carinho a seguinte proposta de acordo da Promotoria: cinco anos de prisão, US$ 7,5 milhões de multa e confisco dos bens adquiridos a partir de 2002. Se alguém ao menos ouve proposta assim, é porque está bastante preocupado, para dizer o mínimo. Mais: segundo fonte bem informada sobre a Indy, o "Indianapolis Star", a estratégia do piloto será jogar a culpa no pai. A defesa tentará provar que a empresa Seven Promotions, origem do esquema, pertence a Hélio-pai, que, vejam só, mora no Brasil e portanto estaria, por ora, a salvo da encrenca. Ao lado de Kanaan, Castro Neves é o brasileiro mais talentoso daquela safra dos 90 que encontrou as portas da F-1 fechadas e que se voltou para os EUA. Bicampeão de Indianápolis, bivice da Indy, é rápido, agressivo, tem carisma. Mas deve sair de cena agora. O que pode ser justo. Mas o que será uma pena.

RECOMEÇO 1
Deve ser Brackley o nome da nova Honda, que deve fazer shakedown com um carro todo branco em Silverstone, semana que vem, antes da sua única bateria de testes pré- -temporada, em Barcelona. Brackley é a cidade onde fica a escuderia, na Inglaterra. O que denota a falta de um patrocinador master.

RECOMEÇO 2
Na GP2, Di Grassi assinou com a Racing Engineering, Razia fechou com a FMS e Nunes correrá pela iSport. Até pelo que a concorrência anunciou, o ex-piloto de testes da Renault largará como favorito. E o título talvez seja sua única chance de, enfim, ascender para a F-1.
fabio.seixas@grupofolha.com.br


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