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Pouca concorrência antecipa vagas na equipe de vela
Após disputa contra só um rival na Pré-Olímpica, atletas de duas classes se classificam com 4 regatas de antecedência
Custo de barcos, preparação tecnicamente difícil e nova geração são algumas das explicações para pequeno número de competidores
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
Competição que define a
equipe brasileira de vela de
2010, a Pré-Olímpica termina
hoje no lago Paranoá, em Brasília, mas para algumas classes a
disputa já acabou há dois dias.
A vela é a modalidade que
mais medalhas conquistou para o Brasil na história olímpica
(16 contra 15 do judô), mas a
disputa para a formação de um
grupo que irá receber apoio para a preparação para Londres-2012 teve três das dez classes
com apenas dois concorrentes.
Com isso, Jorge Zarif na finn
e Fernanda Oliveira e Ana Luísa Barbachan na 470, que faziam uma disputa barco a barco, garantiram suas vagas já na
sexta-feira, depois de sete vitórias em sete das 11 regatas.
As vagas são definidas na
combinação dos resultados do
Campeonato Brasileiro -com
exceção da star, que levou em
consideração o Mundial- com
as regatas em Brasília.
Zarif, Fernanda e Ana Luísa
são também campeões brasileiros e não poderiam mais ser alcançados, mesmo que não entrassem mais na água.
"Estou surpreso com o meu
desempenho. No Brasileiro, ganhei apenas no desempate",
afirmou Zarif, 17, que, mesmo
com a vaga, disse que continuaria competindo no Paranoá.
Postura diferente das velejadoras do 470. "Agora nem vamos entrar na água", afirmou
Fernanda. "A disputa com dois
barcos fica um pouco diferente", disse a medalhista de bronze em Pequim-2008, referindo-se a Martine Grael e Isabel
Swan, sua parceira na China.
As explicações para a pequena procura em algumas classes
em Brasília variam muito.
"Infelizmente, o custo para
aquisição de alguns barcos acaba dificultando", disse o coordenador técnico da CBVM
(Confederação Brasileira de
Vela e Motor), Walter Böddener. "Precisamos aumentar a
flotilha. Para isso, precisamos
construir barcos no Brasil."
A esperança do dirigente é
que, com a Olimpíada do Rio-16, a busca por recursos para
essa finalidade seja mais fácil.
Fernanda Oliveira acrescenta que, no caso específico da
470, trata-se de uma classe
muito técnica que requer uma
preparação muito boa.
Além do bronze conquistado
na China, a velejadora já tem
experiência em outras duas
Olimpíadas, mas não acha que
seu currículo vitorioso possa
afastar possíveis concorrentes.
Sua proeira, Ana Luísa Barbachan, com quem acertou parceria em 2008, tem opinião um
pouco diferente. "Acho que pode afastar um pouco sim."
Ricardo Winicki, o Bimba,
aponta outro fator para enfrentar apenas seu pupilo Albert
Carvalho na RS:X.
"Está vindo uma nova geração, que teve competição no
mês passado e fica caro ficar
competindo", afirmou Bimba,
que citou outro pupilo, Renato
Amaral, terceiro no Brasileiro.
"Ele começou a fazer faculdade, cuja mensalidade é R$
500. E preferiu guardar o dinheiro a vir para cá", disse ele.
Jorge Zarif conta que no Brasileiro teve que enfrentar 24
concorrentes. Na Pré-Olímpica, três se inscreveram, mas um
não conseguiu disputar o primeiro dia. "São poucos profissionais no Brasil. Nem todo
mundo consegue uma liberação de terça a sexta."
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