São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 2010

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foco

À base de cafezinho e marchinha, partida às 8h tem olheira e chiadeira

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Tradicional palco de peladas na zona sul do Rio, os campos do Aterro do Flamengo ainda estavam vazios quando perto dali a delegação do Madureira saía, ontem às 6h, do hotel Regina para o primeiro jogo do segundo turno do Estadual do Rio.
Forçados por uma decisão da Justiça do Trabalho, Madureira e Boavista abriram o segundo turno do torneio às 8h, em Madureira (zona norte). No mesmo horário, Bangu e Resende jogaram em Resende (sul do Estado do Rio).
O horário desagradou aos jogadores. Ainda com olheira e a voz embargada, o zagueiro Santiago, do Boavista, disse que o sono não o abandonara 45 minutos antes do jogo.
"Viemos todos dormindo no ônibus", informou ele.
Já o meia Alex Oliveira, do Madureira, foi mais enfático. "Não joguei nesse horário nem quando era do infantil. Quem faz isso não entra em campo para jogar bola."
Uma liminar da Justiça do Trabalho, a pedido do Sindicato dos Atletas, proibiu a realização de jogos no Rio entre as 10h e as 17h com o objetivo de proteger os atletas do calor. Para não perderem mando, equipes com estádios sem refletores decidiram marcar os jogos às 8h.
As equipes anteciparam o jantar de sexta para as 18h, lancharam às 21h e se recolheram às 22h. Foram retirados computadores, celulares e TVs dos jogadores para que não se distraíssem e acordassem às 5h. Durante a semana, treinaram todos os dias no mesmo horário do jogo.
Na torcida de 629 torcedores (559 pagantes), a banda acordava torcedores com marchinhas de Carnaval. No intervalo, recorreu-se ao cafezinho da birosca do clube.
"Não dá para ter jogo profissional esse horário não. Tem que tomar um cafezinho para acordar", disse Paulinho Zanada, meia-esquerda do Madureira entre 1953 e 1964.
O Boavista venceu por 2 a 1, com dois do atacante Léo Guerreiro, que passara mal em partida do primeiro turno e motivou a ação do sindicato.


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