São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

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Remake

Milan e Napoli revivem hoje o eldorado italiano, quando até o papa via o clássico

RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

"Naquela época, tinha talvez um nível bem superior, apesar da limitação de estrangeiros." Assim Careca se refere à época em que Napoli e Milan brigavam pelo título na Itália, no fim dos anos 80.
Hoje, Milan e Napoli fazem o confronto mais atrativo entre os dois times desde 1988, quando Gullit e Van Basten ousaram ganhar de Maradona e Careca em Nápoles.
A Itália era então o eldorado da bola, diferentemente de hoje, quando o melhor jogador do mundo está na Espanha, e a liga nacional mais badalada é a da Inglaterra.
Na 28ª rodada do Italiano 1987/1988, o Napoli recebeu o Milan. O jogo parou de tal forma o país que o papa João Paulo 2º não agendou nada para a hora do confronto.
Virdis abriu o placar para os visitantes, mas Maradona empatou. Virdis anotou de novo, e Van Basten fez 3 a 1 para o Milan. Careca descontou para os anfitriões. Show!
"Nesse 3 a 2, fiz o segundo gol no fim, coloquei a bola embaixo do braço e fui para o meio para tentar criar uma situação. Infelizmente perdemos ali o campeonato, em casa. Triste, porque era meu primeiro ano, adaptei-me bem, mas perdemos para um grande time", falou Careca.
O Milan agarrou a ponta da tabela e acabou campeão. Hoje, o troco pode vir no San Siro. O Napoli está apenas três pontos atrás do líder, que não convence tanto assim.
"O Milan não vem jogando bem, ganhou a última com a entrada do Pato, e o Napoli vive um momento muito particular. O Cavani está em uma grande fase, e vai ser um jogo aberto. O Napoli perdeu o Lavezzi, mas precisa tentar a vitória. É difícil, mas não impossível", disse Careca.
O ex-atacante da seleção e do São Paulo não esquece os bons duelos com o Milan.
"Pela qualidade técnica das duas equipes, esperava- -se sempre um espetáculo. Os dois times jogavam bonito e rápido. Tínhamos o Bianchi [Ottavio, técnico] e, do outro lado, tinha o Arrigo Sacchi. O Maradona desequilibrava, mas eles tinham mais conjunto e estrutura. Em Milão, saímos na frente e depois tomamos três, quatro [4 a 1]."
Se não esquece, Careca não é esquecido. "Tenho falado com o pessoal em Nápoles. Dizem que o ambiente lembra o do nosso time, vestiário fechado, grupo de qualidade, unido. O torcedor do Napoli fazia a diferença na época e continua fazendo."


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