São Paulo, quarta-feira, 28 de março de 2007

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futebol magro

Santos de casa frustram seleção

Destaques no país, Ilsinho, Kléber e Josué decepcionam, e time sofre para derrotar Gana na Suécia

Brasil 1
Gana 0

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A ESTOCOLMO

O que é bom para consumo interno pode ser pouco em termos de seleção brasileira. Foi isso o que mostrou o amistoso de ontem contra Gana, na Suécia. Na magra vitória do time de Dunga por 1 a 0, o que é tido como excelência no futebol modesto do país decepcionou.
Os laterais Ilsinho, do São Paulo, e Kléber, do Santos, pouco apoiaram. A dupla Josué e Mineiro, recém-desfeita no São Paulo, não repetiu a fama de boa na marcação e de eficiência na saída para o ataque.
O técnico Dunga, como é de seu feitio, evitou criticar atletas individualmente, mas, pelo menos no caso de Ilsinho, deu sinais de que a experiência não foi bem-sucedida e que o lateral deve mudar de categoria.
"Ele é um jogador de características ofensivas, mas hoje teve que ficar mais na marcação. Por ser sua estréia, foi normal ele ter sentido, principalmente no segundo tempo. É um jogador com idade olímpica e também foi observado para isso", afirmou o treinador, que aos 15min do segundo tempo perdeu a paciência com Ilsinho e colocou Daniel Alves, que fez toda sua carreira profissional até aqui na Europa. O jogador do Sevilla se machucou e acabou saindo 20 minutos depois.
No meio-campo, o treinador repetiu no segundo tempo a dupla Josué e Mineiro, que ganhou títulos e fama no Morumbi. Mas eles foram uma decepção. O primeiro errou passes básicos e proporcionou contra-ataque aos africanos, que, assim como na última Copa do Mundo, criaram inúmeras chances de marcar, porém mostraram a mesma falta de aptidão na hora de finalizar.
Mineiro, há dois meses na Alemanha -depois de mais de dez anos jogando no Brasil-, não foi nem o mesmo marcador leal dos tempos de São Paulo. No segundo tempo, o volante cometeu uma falta desleal e recebeu um cartão amarelo.
Ilsinho, Kléber e Josué também tiveram outra defesa do chefe. Dunga disse que eles estavam desgastados por terem atuado na Taça Libertadores na semana passada, o que atrasou a apresentação dos três.
Enquanto os jogadores que o torcedor brasileiro vê nos clubes locais decepcionavam, outros que são poucos notados no exterior salvaram a seleção.
Os organizadores deram o prêmio de melhor em campo para Ronaldinho, mas foi Júlio César, hoje titular absoluto na Inter, quem garantiu a vitória brasileira, a sétima em nove jogos sob o comando de Dunga. O goleiro realizou pelo menos cinco defesas, uma delas sensacional, em cabeçada de jogador de Gana, quando a partida ainda estava empatada.
Na frente, o gol da vitória foi todo construído por gente que foi muito jovem para a Europa. Aos 16min do primeiro tempo, Ronaldinho bateu escanteio, Kaká desviou com a cabeça, e Vágner Love, no segundo pau, chutou para marcar o único gol do jogo, que acabou com vaias de parte dos torcedores.
"Foi um jogo duro", reconheceu Ronaldinho. "O gramado atrapalhou. Os jogadores não conseguiam parar e era difícil finalizar", justificou Dunga sobre a partida de pouca técnica e muita disputa no vigor físico.
A CBF confirmou ontem que a seleção brasileira terá a Inglaterra como próximo adversário, ou em 31 de maio ou 2 de junho, no estádio de Wembley.
Antes da Copa América da Venezuela, o time nacional ainda fará outro amistoso, provavelmente contra o México.


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