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futebol magro
Santos de casa frustram seleção
Destaques no país, Ilsinho, Kléber e Josué decepcionam, e time sofre para derrotar Gana na Suécia
Brasil 1
Gana 0
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A ESTOCOLMO
O que é bom para consumo
interno pode ser pouco em termos de seleção brasileira. Foi
isso o que mostrou o amistoso
de ontem contra Gana, na Suécia. Na magra vitória do time de
Dunga por 1 a 0, o que é tido como excelência no futebol modesto do país decepcionou.
Os laterais Ilsinho, do São
Paulo, e Kléber, do Santos, pouco apoiaram. A dupla Josué e
Mineiro, recém-desfeita no São
Paulo, não repetiu a fama de
boa na marcação e de eficiência
na saída para o ataque.
O técnico Dunga, como é de
seu feitio, evitou criticar atletas
individualmente, mas, pelo
menos no caso de Ilsinho, deu
sinais de que a experiência não
foi bem-sucedida e que o lateral
deve mudar de categoria.
"Ele é um jogador de características ofensivas, mas hoje teve que ficar mais na marcação.
Por ser sua estréia, foi normal
ele ter sentido, principalmente
no segundo tempo. É um jogador com idade olímpica e também foi observado para isso",
afirmou o treinador, que aos
15min do segundo tempo perdeu a paciência com Ilsinho e
colocou Daniel Alves, que fez
toda sua carreira profissional
até aqui na Europa. O jogador
do Sevilla se machucou e acabou saindo 20 minutos depois.
No meio-campo, o treinador
repetiu no segundo tempo a
dupla Josué e Mineiro, que ganhou títulos e fama no Morumbi. Mas eles foram uma decepção. O primeiro errou passes
básicos e proporcionou contra-ataque aos africanos, que, assim como na última Copa do
Mundo, criaram inúmeras
chances de marcar, porém
mostraram a mesma falta de
aptidão na hora de finalizar.
Mineiro, há dois meses na
Alemanha -depois de mais de
dez anos jogando no Brasil-,
não foi nem o mesmo marcador
leal dos tempos de São Paulo.
No segundo tempo, o volante
cometeu uma falta desleal e recebeu um cartão amarelo.
Ilsinho, Kléber e Josué também tiveram outra defesa do
chefe. Dunga disse que eles estavam desgastados por terem
atuado na Taça Libertadores na
semana passada, o que atrasou
a apresentação dos três.
Enquanto os jogadores que o
torcedor brasileiro vê nos clubes locais decepcionavam, outros que são poucos notados no
exterior salvaram a seleção.
Os organizadores deram o
prêmio de melhor em campo
para Ronaldinho, mas foi Júlio
César, hoje titular absoluto na
Inter, quem garantiu a vitória
brasileira, a sétima em nove jogos sob o comando de Dunga. O
goleiro realizou pelo menos
cinco defesas, uma delas sensacional, em cabeçada de jogador
de Gana, quando a partida ainda estava empatada.
Na frente, o gol da vitória foi
todo construído por gente que
foi muito jovem para a Europa.
Aos 16min do primeiro tempo,
Ronaldinho bateu escanteio,
Kaká desviou com a cabeça, e
Vágner Love, no segundo pau,
chutou para marcar o único gol
do jogo, que acabou com vaias
de parte dos torcedores.
"Foi um jogo duro", reconheceu Ronaldinho. "O gramado
atrapalhou. Os jogadores não
conseguiam parar e era difícil
finalizar", justificou Dunga sobre a partida de pouca técnica e
muita disputa no vigor físico.
A CBF confirmou ontem que
a seleção brasileira terá a Inglaterra como próximo adversário, ou em 31 de maio ou 2 de junho, no estádio de Wembley.
Antes da Copa América da
Venezuela, o time nacional ainda fará outro amistoso, provavelmente contra o México.
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