São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2000


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+ESPORTE - PENSE
"Fio de Esperança" vasculha a vida do técnico Telê Santana

da Reportagem Local

O meia Raí, que nunca foi conhecido como um exímio cobrador de faltas, posicionou-se para a cobrança, aos 34min do segundo tempo. Dia: 13 de dezembro de 1992. Local: estádio Nacional de Tóquio. Adversário: o Barcelona, do técnico Johann Cruyff.
Contra os prognósticos das pessoas que não acompanhavam os treinos do São Paulo, a bola entrou. Porém quem tinha o privilégio de ver o trabalho diário do técnico Telê Santana, sabia que essa era uma das jogadas ensaiadas pelo treinador para a decisão do Mundial interclubes.
Resultado: São Paulo 2 a 1, campeão mundial em cima do poderoso time espanhol. E mais: adeus à fama de ""pé-frio" que acompanhava Telê desde as derrotas da seleção brasileira nas Copas de 82 e 86. De azarado, Telê passou a ser chamado de ""mestre" pela mídia e, melhor ainda, pelos torcedores.
Essa é uma das muitas histórias contadas no livro ""Fio de Esperança - Biografia de Telê Santana", escrito pelo jornalista André Ribeiro, produtor executivo dos programas ""Cartão Verde" e ""Grandes Momentos do Esporte", da TV Cultura.
O livro narra a trajetória de Telê Santana desde a sua infância, na cidade mineira de Itabirito, até os problemas médicos que fizeram o treinador interromper a sua carreira, em 95.
O relato pode ser resumido como uma homenagem de um fã ao seu ídolo. O depoimento do próprio Telê é a principal fonte de informação do trabalho feito por Ribeiro -foi quase um ano de entrevistas com o treinador e seus familiares, além de pesquisa em jornais e revistas.
Com isso, Telê tem a oportunidade de dar sua versão para vários episódios polêmicos na sua carreira, como o corte do atacante Renato Gaúcho e a dispensa do lateral Leandro, às vésperas do Mundial do México.
Também sobre a Copa 86, fala sobre o pênalti perdido por Zico.
Como nem tudo é perfeito, o livro dá pequenas escorregadelas, como chamar o zagueiro holandês Ronald Koeman de alemão (pág. 347), além de a impressão prejudicar as boas fotos garimpadas pelo autor. Mas, num país conhecido pela memória curta, relembrar um grande ídolo como Telê Santana é o máximo. Não só para os são-paulinos, mas para corintianos, atleticanos, santistas, palmeirenses...

DURÃO
""Certo dia, sem poder formar dois times para um coletivo, fui até o departamento médico e encontrei 12 jogadores. Aí baixei a ordem: os contundidos vão ficar internados, fazendo tratamento médico. No dia seguinte, o campo estava cheio." Telê Santana, no livro

EMOÇÃO
""Eu choro com coisas tristes. Com as alegres eu fico sorrindo. Quando entrei na seleção tinha o pensamento voltado para o título. A tristeza da época (82 e 86) é recompensada por esse time (São Paulo), que é bicampeão mundial."
Idem


Nome: Fio de Esperança -Biografia de Telê Santana (478 páginas) Autor: André Ribeiro Editora: Gryphus (www.gryphus.com.br) Preço: R$ 34

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