|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Apesar de superar o Palmeiras, equipe de Nelsinho completa amanhã um ano sem vencer os grandes de São Paulo
Vaga na final ameniza crise são-paulina
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo se garantiu na final
do Rio-SP e amenizou temporariamente a crise que dominou o
clube ao longo das últimas semanas, mas não conseguiu encerrar
a sua "síndrome de clássicos".
Amanhã completa exatamente
um ano que a equipe do Morumbi
não vence um rival considerado
grande no Estado -Palmeiras,
Corinthians e Santos.
O último triunfo desse tipo foi
sob o comando de Oswaldo Alvarez. Dessa forma, a vaga na final
não muda a situação de Nelsinho
Baptista, que segue sem vencer
um clássico pelo São Paulo.
Com a renovação da diretoria
do clube, que não o considera o
treinador ideal, ele se antecipou à
uma eventual demissão e disse
que deixará o Morumbi após os
torneios em curso.
Só resta a final do Rio-SP e a semifinal da Copa do Brasil, que será decidida com o Corinthians. O
São Paulo disputa ainda a fase final do Paulista. Oswaldo de Oliveira é o nome preferido da direção para substituir Nelsinho.
Ontem, o treinador são-paulino, sem poder contar com França, machucado, armou seu time
com três volantes -Maldonado,
Fábio Simplício e Belletti. Kaká foi
adiantado para o ataque.
E a abertura fulminante do placar sugeriu que a fórmula daria
certo. Aos 6min, estimulado pelos
pedidos da torcida, Rogério cobrou falta na entrada da área.
Não bateu alto e colocado, como costuma fazer. Chutou rasteiro, a barreira pulou, atrapalhando
Marcos, e a bola entrou no meio
do gol. "Ele foi muito inteligente.
Sabe as dificuldades que nós, goleiros, temos de enxergar a bola e
conhece os espaços que se
abrem", elogiou Marcos.
O São Paulo, que costuma sumir no jogo quando sai em desvantagem, cresceu após o gol e
perdeu duas boas chances, com
Gustavo Nery e Reinaldo.
Mas o autocontrole são-paulino
não passou de ilusão momentânea. Em menos de dez minutos, o
Palmeiras empatou, virou e esteve
próximo próximo de ampliar.
Num primeiro tempo infeliz, os
laterais do São Paulo, Gabriel (pela direita) e Gustavo Nery (na esquerda), abortavam a maioria das
jogadas ofensivas do time.
Para a segunda etapa, Nelsinho
abriu mão do esquema de três volantes e tornou o time mais ofensivo, sacando Gabriel e Souza para colocar Lúcio Flávio e Adriano
-Belletti foi para a lateral. E, logo
no início, o São Paulo ameaçou,
em cabeçada de Reinaldo e em
chute de Adriano.
Em seguida, Alexandre cortou
uma bola com a mão dentro da
área palmeirense, mas o árbitro
Carlos Eugênio Simon não deu o
pênalti -marcou falta de Reinaldo sobre o zagueiro.
Festival de cartões
A partir dos 13min, a "greve" de
cartões adotada por Simon no
primeiro tempo acabou, substituída por um festival deles.
Primeiro foi a torcida palmeirense que comemorou, com o
cartão para Simplício.
Um minutos depois, Daniel levou o seu, restabelecendo a vantagem do São Paulo, mas logo em
seguida Kaká foi advertido e voltou a favorecer o Palmeiras.
Mais um minuto e um novo cartão, para Paulo Assunção, e o São
Paulo recuperou o "bônus", ampliado aos 24min com o amarelo
para Galeano, em campo havia
apenas dois minutos.
Além de Galeano, Luxemburgo
-que, suspenso, foi representado em campo pelo auxiliar Paulo
César Gusmão- colocou, na metade do segundo tempo, outro
atleta de marcação, Taddei.
Coincidência ou não, minutos
depois o São Paulo chegou ao empate e conquistou a vaga na final:
Adriano cobrou falta da direita, e
Gustavo Nery subiu de cabeça para empatar, levando à loucura os
são-paulinos, parte deles já indo
embora do Morumbi.
O televisionamento ao vivo por
emissoras abertas para São Paulo
e o tempo frio, com chuva intermitente, influíram na frequência
do clássico: 24.124 pessoas foram
ao estádio, metade do público do
confronto entre os times na primeira fase.
(EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR e RICARDO PERRONE)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Classificados rebatem as críticas Índice
|