São Paulo, domingo, 28 de abril de 2002

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FUTEBOL

Apesar de superar o Palmeiras, equipe de Nelsinho completa amanhã um ano sem vencer os grandes de São Paulo

Vaga na final ameniza crise são-paulina

DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo se garantiu na final do Rio-SP e amenizou temporariamente a crise que dominou o clube ao longo das últimas semanas, mas não conseguiu encerrar a sua "síndrome de clássicos".
Amanhã completa exatamente um ano que a equipe do Morumbi não vence um rival considerado grande no Estado -Palmeiras, Corinthians e Santos.
O último triunfo desse tipo foi sob o comando de Oswaldo Alvarez. Dessa forma, a vaga na final não muda a situação de Nelsinho Baptista, que segue sem vencer um clássico pelo São Paulo.
Com a renovação da diretoria do clube, que não o considera o treinador ideal, ele se antecipou à uma eventual demissão e disse que deixará o Morumbi após os torneios em curso.
Só resta a final do Rio-SP e a semifinal da Copa do Brasil, que será decidida com o Corinthians. O São Paulo disputa ainda a fase final do Paulista. Oswaldo de Oliveira é o nome preferido da direção para substituir Nelsinho.
Ontem, o treinador são-paulino, sem poder contar com França, machucado, armou seu time com três volantes -Maldonado, Fábio Simplício e Belletti. Kaká foi adiantado para o ataque.
E a abertura fulminante do placar sugeriu que a fórmula daria certo. Aos 6min, estimulado pelos pedidos da torcida, Rogério cobrou falta na entrada da área.
Não bateu alto e colocado, como costuma fazer. Chutou rasteiro, a barreira pulou, atrapalhando Marcos, e a bola entrou no meio do gol. "Ele foi muito inteligente. Sabe as dificuldades que nós, goleiros, temos de enxergar a bola e conhece os espaços que se abrem", elogiou Marcos.
O São Paulo, que costuma sumir no jogo quando sai em desvantagem, cresceu após o gol e perdeu duas boas chances, com Gustavo Nery e Reinaldo.
Mas o autocontrole são-paulino não passou de ilusão momentânea. Em menos de dez minutos, o Palmeiras empatou, virou e esteve próximo próximo de ampliar.
Num primeiro tempo infeliz, os laterais do São Paulo, Gabriel (pela direita) e Gustavo Nery (na esquerda), abortavam a maioria das jogadas ofensivas do time.
Para a segunda etapa, Nelsinho abriu mão do esquema de três volantes e tornou o time mais ofensivo, sacando Gabriel e Souza para colocar Lúcio Flávio e Adriano -Belletti foi para a lateral. E, logo no início, o São Paulo ameaçou, em cabeçada de Reinaldo e em chute de Adriano.
Em seguida, Alexandre cortou uma bola com a mão dentro da área palmeirense, mas o árbitro Carlos Eugênio Simon não deu o pênalti -marcou falta de Reinaldo sobre o zagueiro.

Festival de cartões
A partir dos 13min, a "greve" de cartões adotada por Simon no primeiro tempo acabou, substituída por um festival deles.
Primeiro foi a torcida palmeirense que comemorou, com o cartão para Simplício.
Um minutos depois, Daniel levou o seu, restabelecendo a vantagem do São Paulo, mas logo em seguida Kaká foi advertido e voltou a favorecer o Palmeiras.
Mais um minuto e um novo cartão, para Paulo Assunção, e o São Paulo recuperou o "bônus", ampliado aos 24min com o amarelo para Galeano, em campo havia apenas dois minutos.
Além de Galeano, Luxemburgo -que, suspenso, foi representado em campo pelo auxiliar Paulo César Gusmão- colocou, na metade do segundo tempo, outro atleta de marcação, Taddei.
Coincidência ou não, minutos depois o São Paulo chegou ao empate e conquistou a vaga na final: Adriano cobrou falta da direita, e Gustavo Nery subiu de cabeça para empatar, levando à loucura os são-paulinos, parte deles já indo embora do Morumbi.
O televisionamento ao vivo por emissoras abertas para São Paulo e o tempo frio, com chuva intermitente, influíram na frequência do clássico: 24.124 pessoas foram ao estádio, metade do público do confronto entre os times na primeira fase. (EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR e RICARDO PERRONE)

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