MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma atleta juvenil de 18 anos e 1,93 m se transformou em motivo de disputa entre duas seleções.
Marco Aurélio Motta, técnico da equipe adulta de vôlei do Brasil, inscreveu Fabiana no Grand Prix. Quer contar com a atleta no grupo para dar continuidade à renovação iniciada no ano passado.
Wadson Lima, comandante das juvenis, tem na meio-de-rede um dos pilares de seu time que, além do Mundial, terá neste ano o desafio de representar o país no Pan.
Em 2001, treinando o time infanto, Lima chegou ao vice-campeonato mundial e viu Fabiana ser eleita a melhor atacante e bloqueadora da competição.
Neste ano, alçado à categoria juvenil, seu time é um dos favoritos ao título do Mundial, a partir de 9 de setembro, na Tailândia.
"A Fabiana é fundamental para a conquista do título", disse Lima.
A presença da meio-de-rede vice-campeã da Superliga no Mundial, se não acontecerem imprevistos, está garantida. O problema, segundo Lima, é que ela ficará fora do Pan, que vai de 1º a 17 de agosto, e será reincorporada às juvenis após passar pelo adulto.
O time juvenil irá à República Dominicana por causa de uma coincidência de datas no calendário da equipe principal. A competição será disputada simultaneamente à fase final do Grand Prix.
"Conversei com o Marco [Motta]. Acho uma temeridade colocá-la agora no adulto. Com sua saída, meu time pode se desmotivar. Quando ela voltar para o Mundial, teremos um trabalho difícil de entrosamento. Também não sei como ela vai reagir psicologicamente com toda essa mudança", preocupa-se Lima.
O técnico da seleção adulta, no entanto, deve manter Fabiana em sua convocação. Motta diz que trabalhará com ela sabendo que a prioridade é sua ida ao Mundial.
"A seleção juvenil é parte integrante de um processo que culmina com a chegada à principal. Não vejo a ascensão dela como um prejuízo", disse o treinador.
Na Superliga 2002/2003, Fabiana surpreendeu pela rapidez com que ganhou a posição de titular no meio-de-rede do vice-campeão MRV-Minas. Ela terminou como a melhor bloqueadora do time e a décima do torneio.
A jogadora é a mais alta entre as inscritas para o GP e serve como modelo da tendência de crescimento das seleções.
Para o Pan, Wadson Lima deve ir com um time com média de altura entre 1,86 m e 1,88 m. No Mundial da Alemanha, por exemplo, a seleção adulta tinha média de 1,81 m. As equipes titulares de China e Rússia possuíam 1,87 m e 1,90 m, respectivamente.


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