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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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VÔLEI

O título e a caminhada

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Quem acompanhou as finais da Superliga deve ter ficado decepcionado: ninguém esperava que o título entre BCN/Osasco e MRV-Minas fosse decidido em apenas três partidas. Mas quem gosta de vôlei também teve o prazer de ver o time de Osasco mostrar uma variedade de jogadas como há muito tempo não se via.
O encontro do técnico José Roberto Guimarães com a levantadora Fernanda Venturini foi perfeito. Ele, um ex-levantador com muitas idéias na cabeça. Ela, dona de uma técnica, habilidade e rapidez de raciocínio capaz de colocar em prática todas essas idéias.
Para completar, o time foi formado com atacantes rápidas, um perfil que favorece a opção pelo jogo veloz e com muitas variações de jogadas. Não por acaso, a equipe tem as três jogadoras mais eficientes no ataque da Superliga: Bia, Paula Pequeno e Virna. O time conta também com as duas centrais Daniela e Valeskinha.
Para quem gosta de vôlei, o BCN também apresentou duas características admiráveis: uma defesa muito bem posicionada e uma capacidade de errar pouco.
Nas três partidas das finais, por exemplo, cometeu 38 erros, uma média de pouco mais de 12 por jogo. Já o Minas registrou 61 erros.
Como dizia o ex-técnico da seleção italiana, Julio Velasco, quem ganha comemora, quem perde explica. E o Minas, hein? O time, com a melhor campanha da Superliga, jogou muito abaixo do que poderia. A derrota na primeira partida das finais em Belo Horizonte parece que minou a confiança da equipe.
Nos três jogos da final, o Minas sofreu com o saque do adversário. Que o diga a norte-americana Logan Tom, que foi massacrada na recepção. Sem passe, o jogo ficou marcado e o time se tornou uma presa fácil para o BCN.
Fim da Superliga, começa agora a época de renovações de contratos. A grande pergunta é: para onde irá Fernanda Venturini, que na próxima temporada vai tentar aumentar a sua coleção, que já tem dez títulos brasileiros?
Fernanda tem falado que pensa em jogar por mais um ano, mas quer ficar mais tempo junto com o marido, o técnico Bernardinho. Um sinal que ela pode deixar a equipe de Osasco e ir para Curitiba ou Rio.
Não dá para encerrar sem lembrar a história mais bacana das finais da Superliga: a promessa do técnico Zé Roberto. Como conquistou o título, ele vai percorrer o caminho de Santiago de Compostela, que começa na França e termina na Espanha. São 886 quilômetros. Ele vai caminhar 30 quilômetros por dia.
Quem acompanhou o time de Osasco sabe o quanto o técnico é místico e supersticioso. Antes dos jogos finais, por exemplo, era o último a entrar em quadra. Ficava rezando no vestiário.
Se o BCN, que há tantos anos batalhava por um título brasileiro, não fosse campeão, José Roberto disse que deixaria o time. Para ele, a derrota seria um fracasso. Mas, no fim, tudo certo para ele e para o Osasco. A equipe foi campeã, ele vai pagar a promessa e ano que vem deve lutar pelo bicampeonato.

Italiano 1
O Modena, do atacante brasileiro Dante, e o Macerata, de seus compatriotas Nalbert e Douglas, estão empatados na luta por uma vaga na decisão do Campeonato Italiano. O Macerata venceu o primeiro jogo por 3 sets a 0, com parciais de 25/18, 25/21 e 25/22. No segundo confronto, a vitória foi do Modena, por 3 sets a 1, com parciais de 21/ 25, 25/11, 25/20 e 25/20. Os dois times voltam a se enfrentar hoje na terceira partida da série melhor de cinco.

Italiano 2
A outra semifinal entre Treviso e Milano também está empatada. O Milano, do argentino Marcos Milinkovic, ganhou o primeiro jogo por 3 sets a 1. No segundo confronto, a vitória foi do Treviso, do russo Dineikine, por 3 sets a 0.

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