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VÔLEI
O título e a caminhada
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Quem acompanhou as finais
da Superliga deve ter ficado
decepcionado: ninguém esperava
que o título entre BCN/Osasco e
MRV-Minas fosse decidido em
apenas três partidas. Mas quem
gosta de vôlei também teve o prazer de ver o time de Osasco mostrar uma variedade de jogadas
como há muito tempo não se via.
O encontro do técnico José Roberto Guimarães com a levantadora Fernanda Venturini foi perfeito. Ele, um ex-levantador com
muitas idéias na cabeça. Ela, dona de uma técnica, habilidade e
rapidez de raciocínio capaz de colocar em prática todas essas
idéias.
Para completar, o time foi formado com atacantes rápidas, um
perfil que favorece a opção pelo
jogo veloz e com muitas variações
de jogadas. Não por acaso, a equipe tem as três jogadoras mais eficientes no ataque da Superliga:
Bia, Paula Pequeno e Virna. O time conta também com as duas
centrais Daniela e Valeskinha.
Para quem gosta de vôlei, o
BCN também apresentou duas
características admiráveis: uma
defesa muito bem posicionada e
uma capacidade de errar pouco.
Nas três partidas das finais, por
exemplo, cometeu 38 erros, uma
média de pouco mais de 12 por jogo. Já o Minas registrou 61 erros.
Como dizia o ex-técnico da seleção italiana, Julio Velasco, quem
ganha comemora, quem perde
explica. E o Minas, hein? O time,
com a melhor campanha da Superliga, jogou muito abaixo do
que poderia. A derrota na primeira partida das finais em Belo Horizonte parece que minou a confiança da equipe.
Nos três jogos da final, o Minas
sofreu com o saque do adversário.
Que o diga a norte-americana
Logan Tom, que foi massacrada
na recepção. Sem passe, o jogo ficou marcado e o time se tornou
uma presa fácil para o BCN.
Fim da Superliga, começa agora
a época de renovações de contratos. A grande pergunta é: para onde irá Fernanda Venturini, que
na próxima temporada vai tentar
aumentar a sua coleção, que já
tem dez títulos brasileiros?
Fernanda tem falado que pensa
em jogar por mais um ano, mas
quer ficar mais tempo junto com
o marido, o técnico Bernardinho.
Um sinal que ela pode deixar a
equipe de Osasco e ir para Curitiba ou Rio.
Não dá para encerrar sem lembrar a história mais bacana das
finais da Superliga: a promessa
do técnico Zé Roberto. Como conquistou o título, ele vai percorrer
o caminho de Santiago de Compostela, que começa na França e
termina na Espanha. São 886 quilômetros. Ele vai caminhar 30
quilômetros por dia.
Quem acompanhou o time de
Osasco sabe o quanto o técnico é
místico e supersticioso. Antes dos
jogos finais, por exemplo, era o último a entrar em quadra. Ficava
rezando no vestiário.
Se o BCN, que há tantos anos
batalhava por um título brasileiro, não fosse campeão, José Roberto disse que deixaria o time.
Para ele, a derrota seria um fracasso. Mas, no fim, tudo certo para ele e para o Osasco. A equipe
foi campeã, ele vai pagar a promessa e ano que vem deve lutar
pelo bicampeonato.
Italiano 1
O Modena, do atacante brasileiro Dante, e o Macerata, de seus compatriotas Nalbert e Douglas, estão empatados na luta por uma vaga
na decisão do Campeonato Italiano. O Macerata venceu o primeiro
jogo por 3 sets a 0, com parciais de 25/18, 25/21 e 25/22. No segundo
confronto, a vitória foi do Modena, por 3 sets a 1, com parciais de 21/
25, 25/11, 25/20 e 25/20. Os dois times voltam a se enfrentar hoje na
terceira partida da série melhor de cinco.
Italiano 2
A outra semifinal entre Treviso e Milano também está empatada. O
Milano, do argentino Marcos Milinkovic, ganhou o primeiro jogo
por 3 sets a 1. No segundo confronto, a vitória foi do Treviso, do russo
Dineikine, por 3 sets a 0.
E-mail cidasan@uol.com.br
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