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Ninguém sai neste ano, diz Kia
Presidente da MSI cogita novo contrato para Tevez e
afirma que fará de tudo pela permanência de Nilmar
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
O iraniano Kia Joorabchian,
presidente da MSI, diz estar tranqüilo em relação a Tevez. E promete: ninguém deixará o Corinthians até o final desta temporada.
Afirma que o atacante argentino, de quem é muito amigo, é "diferente" em relação a atuar no futebol europeu, mas não descarta
renovar seu contrato para garantir sua permanência no Parque
São Jorge após a Copa do Mundo.
Em entrevista à Folha, Kia, 34,
em português, disse ainda que irá
adquirir os direitos de Nilmar de
"qualquer jeito". Irritado com a
arbitragem do jogo contra o River
Plate, anteontem, negou que foi à
Argentina negociar atletas ("Não
tem lugar para colocar mais jogador") e pediu ao repórter que lesse o "Clarín", ficando satisfeito ao
saber que o jornal destacou as falhas do juiz Carlos Amarilla, que
influenciaram no revés por 3 a 2.
Folha - Será mesmo difícil segurar o Tevez após a Copa do Mundo?
Kia Joorabchian - Quando você
tem o melhor jogador do mundo,
todo mundo quer. Eu sei que vai
haver muitas propostas para o
Carlitos, mas não temos interesse.
Um dia, não sei se daqui a quatro,
cinco anos, ele vai. Mas agora estamos no meio de um projeto.
Folha - Como fazer para segurar
um atleta se ele quiser sair?
Kia - Eu não acho que essa seja a
vontade dele. O Carlitos é um jogador diferente em relação a isso
[ir jogar no futebol da Europa].
Folha - Você pode, de repente, fazer um novo contrato com ele?
Kia - Pode ser. Cada jogador tem
uma característica diferente de
negociar. Há muitos aspectos envolvidos, não só a questão financeira. Eu sempre procuro tratar o
jogador da melhor forma possível, ajudá-lo em tudo. Porque dessa forma consigo cobrá-lo depois.
Folha - É por isso que você sempre
está muito próximo do time?
Kia - Não sei como era a administração anterior no Corinthians, mas temos uma maneira
diferente de lidar com os atletas.
Por isso, sinto que eles estão dispostos a fazer tudo pelo time. Você não tem respeito só pela hierarquia. Tem de ganhar o respeito.
Folha - Você acha que tem o respeito dos atletas?
Kia - Não sei, isso você deve perguntar a eles. Mas eles têm o meu.
Folha - Como você explica isso?
Kia - Olha, o Nilmar, quando
chegou, as pessoas não acreditavam nele, mas hoje ele é um dos
nossos melhores jogadores. O
Carlos Alberto também teve uma
fase ruim no Porto e aqui. Eles são
maus jogadores? Não. Mas temos
de entender por que o jogador
passa por fases ruins. É isso que
precisamos entender para deixar
o atleta em boas condições.
Folha - Você acha que o Lyon vai
aceitar sua proposta pelo Nilmar?
Kia - Nós temos que exercer a
prioridade pela compra no dia 15
de maio. Nossa proposta é pagar
5 milhões nesse dia e outros 5
milhões quando vence o contrato
de empréstimo, em 30 de junho.
Folha - Mas e se o Lyon não aceitar e quiser tudo em 15 de maio?
Kia - Não há nada no contrato
dizendo que temos de pagar tudo
no dia 15, mas, se eles quiserem
assim, nós vamos pagar e pronto.
Folha - E por que não dar todo o
dinheiro de uma vez?
Kia - Porque não sabemos se teremos de inscrevê-lo de novo. Se
tivermos de fazer um contrato novo em maio, só poderíamos inscrevê-lo em agosto [a CBF só permite inscrições de atletas vindos
do exterior até 25 de março ou no
mês de agosto]. Mas não sei. Preciso consultar nossos advogados.
Folha - O que você achou da arbitragem no jogo contra o River?
Kia - Acho que o árbitro não teve
interferência direta, mas seguiu as
orientações dos bandeiras [um
anulou erroneamente um gol de
Tevez, e o outro marcou escanteio
duvidoso para o River que originou o terceiro gol dos argentinos].
Mas o resultado foi bom.
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