São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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Ninguém sai neste ano, diz Kia

Presidente da MSI cogita novo contrato para Tevez e afirma que fará de tudo pela permanência de Nilmar

EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

O iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI, diz estar tranqüilo em relação a Tevez. E promete: ninguém deixará o Corinthians até o final desta temporada.
Afirma que o atacante argentino, de quem é muito amigo, é "diferente" em relação a atuar no futebol europeu, mas não descarta renovar seu contrato para garantir sua permanência no Parque São Jorge após a Copa do Mundo.
Em entrevista à Folha, Kia, 34, em português, disse ainda que irá adquirir os direitos de Nilmar de "qualquer jeito". Irritado com a arbitragem do jogo contra o River Plate, anteontem, negou que foi à Argentina negociar atletas ("Não tem lugar para colocar mais jogador") e pediu ao repórter que lesse o "Clarín", ficando satisfeito ao saber que o jornal destacou as falhas do juiz Carlos Amarilla, que influenciaram no revés por 3 a 2.

 

Folha - Será mesmo difícil segurar o Tevez após a Copa do Mundo?
Kia Joorabchian -
Quando você tem o melhor jogador do mundo, todo mundo quer. Eu sei que vai haver muitas propostas para o Carlitos, mas não temos interesse. Um dia, não sei se daqui a quatro, cinco anos, ele vai. Mas agora estamos no meio de um projeto.

Folha - Como fazer para segurar um atleta se ele quiser sair?
Kia -
Eu não acho que essa seja a vontade dele. O Carlitos é um jogador diferente em relação a isso [ir jogar no futebol da Europa].

Folha - Você pode, de repente, fazer um novo contrato com ele?
Kia -
Pode ser. Cada jogador tem uma característica diferente de negociar. Há muitos aspectos envolvidos, não só a questão financeira. Eu sempre procuro tratar o jogador da melhor forma possível, ajudá-lo em tudo. Porque dessa forma consigo cobrá-lo depois.

Folha - É por isso que você sempre está muito próximo do time?
Kia -
Não sei como era a administração anterior no Corinthians, mas temos uma maneira diferente de lidar com os atletas. Por isso, sinto que eles estão dispostos a fazer tudo pelo time. Você não tem respeito só pela hierarquia. Tem de ganhar o respeito.

Folha - Você acha que tem o respeito dos atletas?
Kia -
Não sei, isso você deve perguntar a eles. Mas eles têm o meu.

Folha - Como você explica isso?
Kia -
Olha, o Nilmar, quando chegou, as pessoas não acreditavam nele, mas hoje ele é um dos nossos melhores jogadores. O Carlos Alberto também teve uma fase ruim no Porto e aqui. Eles são maus jogadores? Não. Mas temos de entender por que o jogador passa por fases ruins. É isso que precisamos entender para deixar o atleta em boas condições.

Folha - Você acha que o Lyon vai aceitar sua proposta pelo Nilmar?
Kia -
Nós temos que exercer a prioridade pela compra no dia 15 de maio. Nossa proposta é pagar 5 milhões nesse dia e outros 5 milhões quando vence o contrato de empréstimo, em 30 de junho.

Folha - Mas e se o Lyon não aceitar e quiser tudo em 15 de maio?
Kia -
Não há nada no contrato dizendo que temos de pagar tudo no dia 15, mas, se eles quiserem assim, nós vamos pagar e pronto.

Folha - E por que não dar todo o dinheiro de uma vez?
Kia -
Porque não sabemos se teremos de inscrevê-lo de novo. Se tivermos de fazer um contrato novo em maio, só poderíamos inscrevê-lo em agosto [a CBF só permite inscrições de atletas vindos do exterior até 25 de março ou no mês de agosto]. Mas não sei. Preciso consultar nossos advogados.

Folha - O que você achou da arbitragem no jogo contra o River?
Kia -
Acho que o árbitro não teve interferência direta, mas seguiu as orientações dos bandeiras [um anulou erroneamente um gol de Tevez, e o outro marcou escanteio duvidoso para o River que originou o terceiro gol dos argentinos]. Mas o resultado foi bom.


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