São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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FUTEBOL

Vice-presidente de futebol disse estar cansado dos atritos com o vice de finanças do clube e põe presidente em xeque

Citadini abre mão de cargo no Corinthians

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Antonio Roque Citadini cansou dos desmandos do departamento de finanças do Corinthians e colocou seu cargo à disposição do presidente Alberto Dualib.
"Não quero e não preciso mais ser vice de futebol. Agora a decisão está no ar", disse ele.
A favor da continuidade da parceria entre o clube e o HMTF, fundo de investimentos norte-americanos, e desafeto de Carlos Roberto de Mello, vice de finanças, Citadini deu a sua última cartada para forçar a separação do departamento de futebol do restante do clube na última quinta-feira.
Citadini acredita que pode ganhar a quebra de braço com Mello ao colocar o presidente do Corinthians em xeque. Apesar de folclórico e criticado pela Gaviões da Fiel, maior organizada do time, Citadini é o braço-direito de Dualib, que a ele confia muito mais tarefas do que as que caberia ao vice de futebol do clube desde que ele assumiu o cargo no segundo semestre de 2000, quando o time acumulava uma série recorde de derrotas na Copa JH. Virou o "escudo corintiano" -coisa que agrada não só Dualib, como o parceiro norte-americano.
Depois da eliminação do Corinthians no Supercampeonato Paulista na última quarta-feira, Citadini se reuniu com Dualib e avisou que estava de saída. Deu prazo de uma semana para que o presidente arrumasse um substituto para assumir a vice-presidência de futebol do clube.
"Disse a ele [Dualib" que do jeito que está não quero ficar. Sou contra algumas atitudes que estão sendo endossadas pela diretoria e, se continuar assim, não tem sentido eu ficar", afirmou Citadini, que à Folha disse que a sua decisão não é irreversível.
A revolta de Citadini está ligada, segundo ele, às dívidas que o departamento de futebol está acumulando por causa da interferência de Mello na administração.
A gota d'água foi o vice de finanças ter usado o prêmio pago pela Liga Rio-São Paulo para quitar dívidas do social do clube. Citadini contava com os R$ 2,5 milhões do título do interestadual para pagar os bichos dos jogadores, que até agora não receberam os prêmios pelas conquistas do Rio-SP e da Copa do Brasil -fato que está atrasando o início das férias.
"O departamento futebol não tem que perder R$ 900 mil por mês a troco de nada. O futebol tem que se manter e os outros departamentos também", afirmou ele na semana passada, antes de entregar a sua carta de demissão na quinta-feira, dia 23.



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