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Punido, Schumacher larga em último
Ferrarista faz pole, pára carro na pista, impede chance de líder, é punido após sete horas e provoca outra polêmica na F-1
Em volta rápida, Alonso tinha chances de superar o tempo do alemão, não tivesse encontrado o carro do rival na última curva
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO
Em vez do festival de acidentes previsto pelos pilotos no
treino do GP de Mônaco, só
dois incidentes leves. O último
deles, porém, com poder de devastação para estremecer o
paddock local, instaurar a
maior polêmica dos últimos
anos e transformar a rivalidade
entre concorrentes ao título.
Porque a disputa que até ontem era cordial tornou-se inimizade, com trocas de acusações e declarações ríspidas. Situação que estará à flor da pele
hoje, quando Michael Schumacher e Fernando Alonso, os
dois protagonistas do campeonato, largarem para a sétima
etapa do Mundial de F-1, hoje.
Ontem, a batalha foi nos bastidores, após um ardil do alemão na pista. Punido pela FIA
ao fim de investigação que durou sete horas e meia, ele perdeu a pole e largará em último.
Alonso, prejudicado no treino, mas vencedor nos bastidores, sairá da primeira posição.
Ao caso. Faltavam dez segundos para o fim do treino e o cronômetro indicava pole do ferrarista. A conquista, porém, estava ameaçada: logo atrás, o piloto da Renault fazia volta muito veloz, igualando seu tempo
no primeiro terço do circuito e
melhorando no segundo.
Subitamente, então, Schumacher parou o carro na La
Rascasse, a última curva. Os fiscais imediatamente agitaram
bandeiras amarelas, ordenando que os pilotos reduzissem a
velocidade. Alonso teve que levantar o pé do acelerador. Mesmo assim, recebeu a bandeirada a só 0s064 da marca da pole.
"Eu estava três décimos de
segundo mais rápido e com certeza conseguiria a pole. Mas ele
parou o carro no meio da pista",
disse o espanhol, líder da F-1
com 15 pontos sobre o alemão.
"Tenho uma opinião clara sobre o que houve, mas não vou
dá-la a vocês, jornalistas."
Flavio Briatore, seu chefe na
Renault, o fez: "Conheço Michael. Ele fez de propósito. Foi
uma atitude muito, muito feia".
Revoltada, a equipe protestou à FIA. Chamado para dar
explicações, o alemão deu a
mesma justificativa relatada
aos repórteres. "Errei o ponto
de freada e minhas rodas travaram. Tentei engatar a ré, mas
hesitei, e o carro morreu. Mas
meus inimigos querem mostrar a coisa de outro jeito."
Após analisar dados do carro
de Schumacher e ouvir os engenheiros, a FIA concluiu que ele
pisou no freio "com força excessiva e anormal" e que não há
opção a não ser crer que "parou
o carro de forma deliberada".
Como punição, Schumacher
teve seus tempos cancelados e
largará em último, ao lado do
companheiro, Felipe Massa.
Em reação, a Ferrari divulgou um comunicado acusando
a FIA de "cancelar o direito dos
pilotos de errarem".
NA TV - GP de Mônaco
Globo, ao vivo, às 9h
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