|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUCA KFOURI
Um pavor de clássico
São Paulo e Palmeiras se
respeitaram tanto que
desrespeitaram o torcedor,
que ficou em casa, com medo
TINHA MAIS corintianos no sábado, à noite, no gelado Morumbi, que são-paulinos e
palmeirenses, no domingo, à tarde,
fria, mas com sol. Prova de que o torcedor tem medo dos clássicos locais.
No que faz bem e no que fez bem,
especialmente, em relação ao jogo
de ontem, se é que se pode chamar
de jogo aquilo que tricolores e alviverdes apresentaram no gramado.
Gramado também ruim, por sinal,
segundo depoimento dos atletas.
E tão ruim quanto, ou mais, foi o
árbitro, que, em vez do apito, tinha
uma banana na boca, que o impediu
de logo no começo da partida expulsar Edmundo de campo, por falta inqualificável em Miranda.
Se nossas autoridades se lixam para a violência entre torcidas que
afasta o cidadão comum dos estádios, nossos árbitros se lixam para a
violência entre os profissionais da
bola. Autoridade só mesmo para expulsar quem? Um preparador físico,
do banco, por reclamação.
Os primeiros 45 minutos do clássico foram pavorosos. Os tricolores
tinham medo dos alviverdes, que tinham medo dos tricolores.
Os últimos 45 minutos foram menos piores. Mas o medo da derrota
permaneceu, quase que num acordo
tácito em torno do 0 a 0. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos.
Menos o futebol.
Santos surpreende
O Santos pegou o Atlético-PR de
calças curtas. Em vez de só reservas, um misto. E marcação no campo do Furacão.
E busca de gol. Que veio, para
uma vitória justa, que deixa as coisas menos aflitivas no Brasileirão e,
além do mais, estimula para o grande jogo desta quarta, no Olímpico.
Aliás, curiosamente, os quatro times que têm jogos decisivos neste
meio de semana, pela Libertadores
e pela Copa do Brasil, acabaram por
vencer suas partidas, ao contrário
do que se imaginava.
Corinthians em casa
Pelo que se viu no sábado, no empate com o Galo, outra vez diante
de sua torcida como na estréia na
vitória sobre o Juventude, o Corinthians parece talhado a se dar melhor longe de casa, como se deu
contra o Cruzeiro. Sem a pressão
da Fiel, pode assumir suas limitações, jogar fechado e surpreender
na base da velocidade. Verdade que
jogou muito melhor contra os mineiros do que contra os gaúchos,
mas, no primeiro tempo, esteve
mais perto de sofrer do que fazer
gols, ao contrário do segundo,
quando brilhou o goleiro Diego.
Que está lá para defender, razão
pela qual não é correto dizer que o
resultado tenha sido injusto.
Festa em Barueri
Dando prosseguimento à sua
campanha para ser candidato a governador de SP, o prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PMDB),
inaugurou parte do estádio municipal da cidade. Já enterrou lá R$ 70
milhões, ao mesmo tempo em que,
na semana retrasada, esteve no Ministério da Saúde, em Brasília, para
pedir auxílio federal, pois alega que
precisará de R$ 40 milhões só para
os equipamentos do hospital que
promete inaugurar em 2008. Pelo
andar da carruagem, o estádio estará pronto antes. A isso se chama administrar com prioridades.
blogdojuca@uol.com.br
Texto Anterior: Entrevista 2: Para Muricy, defesa foi bem, e o jogo, "chato" Próximo Texto: Substituição de Edmundo gera atrito Índice
|