São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fifa acata altitude e leva Mundial ao Oriente Médio

Entidade admite jogos de suas competições em cidades que ficam acima de 2.500 m e tira disputa interclubes do Japão

Nos dois próximos anos, Emirados Árabes Unidos serão o palco da tradicional competição que define o clube campeão do mundo

DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê Executivo da Fifa, em reunião na Austrália, decidiu aceitar partidas em elevadas altitudes, pelo menos provisoriamente, e tomou uma medida que mexe no mapa do futebol: levará o Mundial de Clubes para o Oriente Médio.
Jogado anualmente no Japão desde 1980, o Mundial para os clubes (que teve uma edição no Brasil em 2000 organizada pela Fifa) terá agora duas edições, em 2009 e 2010, nos Emirados Árabes Unidos. Pelo divulgado pela Fifa, em 2011 e 2012 o Mundial vai voltar ao Japão.
Neste ano, mais uma vez a disputa acontecerá em terras japonesas. Além dos Emirados Árabes, a Austrália cobiçava receber os duelos entre os campeões interclubes continentais.
""Queremos levar o Mundial de Clubes a outros países. Fazer o torneio nos Emirados Árabes será benéfico no que se refere ao marketing", falou Joseph Blatter, presidente da Fifa, que colocou a Austrália como boa opção para a Copa.
""A Austrália apresentou uma excepcional candidatura", elogiou Blatter, sem citar devidamente os aspectos econômicos em jogo. O mundo esportivo tem sido cada vez mais atraído para o Oriente Médio, que conta com poderosos investidores.
Nos últimos anos, a Copa Dubai, um torneio amistoso, tem ganhado força no calendário internacional atraindo no começo do ano importantes clubes do futebol mundial. Algumas das empresas que mais têm investido em clubes europeus são do Oriente Médio.
""Apesar de o futebol de clubes já estar bastante movimentado na Europa, eu não impediria o Mundial, no futuro, de acontecer lá", falou Blatter.
Em outra decisão significativa da entidade máxima do futebol, foi abortado o veto a jogos em cidades acima de 2.500 m de altitude. A decisão, apesar de provisória (esperam-se laudos mais detalhados sobre danos à saúde dos atletas nas mais diversas condições), deixou a Conmebol bem satisfeita.
A entidade que rege o futebol sul-americano vinha lutando para derrubar os jogos na altitude. Apenas a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não havia assinado documento pedindo o fim do veto à Fifa.
""Blatter costurou com Julio Grondona [presidente da federação argentina] para que isso ficasse assim [o veto fosse derrubado] com o silêncio cúmplice de [Ricardo] Teixeira [presidente da CBF]", falou Mauricio Méndez, vice da federação de futebol da Bolívia, país que era o que mais lutava contra o veto.
Segundo o dirigente boliviano, Teixeira é um ""homem inteligente" por não insistir no veto à altitude. La Paz volta a ter permissão da Fifa para receber jogos de eliminatórias da Copa do Mundo, por exemplo.
A federação boliviana disse que pretende jogar contra o Brasil, pelas eliminatórias, em outubro de 2009, em La Paz, a cerca de 3.600 m de altura.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse ter recebido com ""enorme satisfação" a decisão. Ele comandou cruzada contra o veto à altitude.


Texto Anterior: No Rio: Sport decide vaga contra o Vasco
Próximo Texto: Latinos: América terá três mundiais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.