DO PAINEL FC

Pouco depois de conceder entrevista coletiva, Emerson Leão conversou Folha por telefone. No início, esquivou-se: "Já falei o que tinha para falar". Em seguida, porém, falou. E demonstrou mágoa com parte da torcida e com o antecessor Vanderlei Luxemburgo, de quem nem pronuncia o nome.
O técnico deu a entender que o presidente Marcelo Teixeira queria ouvir o seu pedido de demissão. Para Leão, o fato de seu carro ter sido atingido por pedras enquanto dava entrevista no CT do Santos prova que ele acertou ao sair. Acha que a hostilidade da torcida aumentaria. O treinador ainda voltará a se encontrar com a diretoria. Agora para receber o que tem direito.0 (RP)

 

FOLHA - Você pediu demissão ou foi demitido?
LEÃO - Almocei com o Marcelo Teixeira [no CT]. Falei o que eu queria, e ele ouviu o que queria. É melhor sair para evitar problemas maiores. E as pedradas no meu carro provaram que eu estava certo. Não posso perder a minha liberdade de ir e vir.

FOLHA - Foi a turma do Carnaval (torcida uniformizada que já recebeu dinheiro de Vanderlei Luxemburgo para desfilar) que fez isso?
LEÃO - Pelo que me disseram, claro que sim. Quem fez isso foi a torcida que desejava que eu saísse.

FOLHA - A sombra do Luxemburgo atrapalhou?
LEÃO - Não gosto de falar de quem eu não gosto. Como ele não existe mais para mim, não falo dele.

FOLHA - É verdade que jogadores contratados pelo Luxemburgo telefonavam para ele contando coisas que aconteciam no Santos?
LEÃO - Companheiro, não falo mais sobre o Santos. Eu saí. O que posso dizer é que o cargo de técnico do time agora está vago para quem tiver interesse.

FOLHA- Você ficou magoado pelo fato de a diretoria não contratar jogadores que pediu alegando falta de verba?
LEÃO - Não seria ético falar de um clube no qual eu não trabalho mais.

FOLHA - Já tem propostas?
LEÃO - Não. É tudo recente. E só o Santos está vago.


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