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FUTEBOL
Jogadores e comissão técnica divergem sobre forma de marcação
Brasil não define sistema
de cobertura dos zagueiros
MARCELO DAMATO
ALEXANDRE GIMENEZ
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
Ozoir-la-Ferrière
Os jogadores
da seleção brasileira não se entendem sobre
como executar a
marcação que
deverão utilizar
na Copa, daqui a 13 dias.
O problema está na cobertura
dos zagueiros, um dos pontos-chave de qualquer sistema de
marcação no futebol.
A Folha ouviu quatro titulares
envolvidos com a marcação, Cafu,
Júnior Baiano, Aldair e César
Sampaio, mais o técnico Zagallo e
o coordenador técnico Zico.
Perguntou-lhes como funcionava a cobertura dos zagueiros. Embora todos os ouvidos tenham
mostrado segurança nas respostas, não houve duas iguais.
O volante César Sampaio chegou
a dizer que até o goleiro Taffarel
participa dessa função. O zagueiro
Júnior Baiano riu ao ser confrontado com essa possibilidade.
Quase todas as equipes do mundo põem pelo menos um jogador
na marcação a mais do que o adversário usa para atacar.
A regra é evitar que um jogador
do time seja superado pelo inimigo sem que haja um companheiro
para tentar o desarme.
Em alguns times e seleções, esse
homem a mais é sempre o mesmo,
o líbero ou o jogador de sobra.
Em outras, há rodízio entre alguns atletas para a cobertura, como é o caso da seleção. Mas, mesmo nesse sistema, há variações.
A seleção que venceu a Copa dos
EUA usava um volante fixo entre
os zagueiros, formando um bloco
de três defensores. Esse xerife da
defesa era Mauro Silva, descartado
por Zagallo para esta Copa.
Zagallo quer que a cobertura seja
feita pelos laterais, mesmo quando a bola vem pelo meio da defesa.
"Eu tenho muito claro na defesa o tipo de movimentação que
quero dos jogadores. Mas ainda
não tenho certeza de que eles serão capazes de fazer isso."
Uma das causas dessa decisão é a
idade do seu cabeça-de-área titular, o volante Dunga, 34. Considerado pelo técnico como seu braço
direito dentro de campo, o volante
assumiu essa função a partir da
Copa América de 97, porque não
aguentava correr como antes.
Mas Dunga continuou a tentar
perseguir os adversários pelo
campo, deixando atrás de si um
buraco na frente dos zagueiros.
Zagallo determinou então que os
laterais passassem a fazer a cobertura, extinguindo a fórmula que
dera certo da Copa dos EUA. Mas
os laterais brasileiros continuam
tendo a mesma missão ofensiva, o
que complica ainda mais o caso.
Nos jogos em que o adversário
usou dois atacantes fixos jogando
em cima da dupla Júnior Baiano e
Aldair, a defesa encontrou problemas. Para parar a dupla de ataque
brasileira, essas seleções usam
uma trinca de zagueiros, desobrigando os laterais dessa função.
Colaborou Rogério Simões, enviado especial a
Ozoir-la-Ferrière
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