São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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FUTEBOL
No primeiro coletivo na França, o volante do Porto entra na equipe titular e recebe elogios do técnico Zagallo
Com lesão de Dunga, Doriva tem chance

Jorge Araújo/Folha Imagem
O atacante Romário e o volante Dunga, contundidos, treinam separados do grupo no estádio dos Três Pinheiros, em Ozoir-la-Ferrière


dos enviados a Ozoir-la-Ferrière

A contusão do volante Dunga, confirmada ontem pelo médico Lídio Toledo, fez do reserva Doriva uma peça fundamental para o esquema da seleção brasileira na Copa-98.
Seja pelos 34 anos de idade de Dunga, pelas dores musculares que o titular vem sentindo na virilha direita ou pela possibilidade que tem de ser suspenso no Mundial, devido à forte marcação que terá de exercer, as chances de Doriva de defender o Brasil na França começam a crescer.
O corte de Flávio Conceição, substituído no grupo pelo lateral Zé Carlos, aumentou ainda mais a importância do atual reserva.
No primeiro coletivo desde a convocação de Zagallo, Doriva entrou no lugar de Dunga, apresentou um bom futebol, com apenas um passe errado, e recebeu elogios do técnico. "O Doriva foi perfeito. Você fala, e ele entende tudo o que tem de fazer", disse Zagallo.
Ídolo do Porto, de Portugal, Doriva é hoje um atleta bem diferente do volante que começou a jogar pelo São Paulo no segundo semestre de 1993, após voltar de um empréstimo para o Atlético (GO).
No início de 1995, o São Paulo cedeu seu passe ao dono da TAM, Rolim Adolfo Amaro, que estava assumindo o controle do XV de Novembro de Piracicaba (SP).
Amaro, que tinha boas relações com a diretoria são-paulina, já que a TAM patrocinava o clube, pediu vários jogadores, mas conseguiu apenas Doriva, por R$ 300 mil.
Naquele ano, o volante disputou o Campeonato Paulista pelo clube do interior, que acabou rebaixado.
Por isso, houve uma reação de surpresa quando ele foi convocado para a seleção no início de 1995, para um amistoso no Brasil.
Em setembro daquele ano, Doriva foi emprestado por Rolim ao Atlético-MG, que passava a ser patrocinado pela TAM. No clube mineiro, o jogador passou a se destacar, teve boa participação nos Brasileiros de 96 e 97. Em dezembro, foi vendido para o Porto.
"Minha transferência para a Europa foi muito importante, porque me deu mais confiança na minha própria capacidade", disse o jogador. "Sei que já há outros clubes interessados no meu passe, mas eu quero cumprir meu contrato com o Porto até 2001. Estou muito feliz em Portugal."

Dunga com Romário
Enquanto seus companheiros disputavam seu primeiro coletivo em Ozoir, Dunga ia ontem ao Complexo Esportivo Philippe de Diruleveult, em Le Plessis Trevise, para fazer hidroginástica com Romário, também contundido.
Os dois chegaram acompanhados pelo fisioterapeuta Claudionor Delgado, num carro que entrou cantando pneus na garagem do complexo.
Depois de fazerem hidroginástica e fisioterapia, Dunga e Romário saíram separados de Le Plessis Trevise. O atacante deixou o local um pouco mais cedo, negando-se a dar entrevistas, enquanto o volante foi para o château acompanhado do restante do time, que para o complexo esportivo se dirigira depois do coletivo.
Diferentemente de Romário, que está afastado do amistoso de domingo, contra o Athletic Bilbao, Dunga ainda não está totalmente descartado.
"Vamos aguardar os acontecimentos", disse o médico Lídio Toledo. "Ele deve treinar com bola a partir de amanhã (hoje) e, se sentir qualquer dor, pode ficar de fora", disse. "O Dunga vai continuar fazendo tratamento, com fisioterapia intensa e treinamento à parte do grupo", completou Toledo. (AGz, JCA, MD, RS)



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