São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2000


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ATLETISMO
Recordista mundial de salto em altura, que teve exame antidoping positivo para cocaína, não vai à Olimpíada
Cubano Sotomayor é suspenso até 2001

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O cubano Javier Sotomayor, 32, recordista mundial de salto em altura (2,45 m), foi suspenso ontem de todas as competições até 30 de julho de 2001. O exame antidoping do saltador deu positivo para cocaína no Pan-Americano de Winnipeg (Canadá), em 1999.
A punição foi anunciada ontem pelo Tribunal de Arbitragem da Iaaf (Federação Internacional de Atletismo). Apesar disso, o saltador ainda pode apelar para o Tribunal Arbitral do Esporte.
A suspensão pode significar a aposentadoria definitiva do campeão olímpico em Barcelona-1992, já que Sotomayor não poderá competir nos Jogos de Sydney.
O caso do saltador cubano estourou no dia 4 de agosto de 1999, quando o mexicano Mario Vázquez Raña, presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), confirmou que a análise da urina do atleta havia revelado restos de cocaína. Com isso, Sotomayor perdeu o ouro conquistado na competição.
A urina do saltador apresentava uma concentração de cocaína de 200 partes por milhão, o que fez o brasileiro Eduardo de Rose, presidente da Comissão Médica da Odepa, dizer que o atleta tinha consumido a droga pelo menos quatro dias antes de competir.
A delegação cubana alegou, em defesa do atleta, que Sotomayor havia tomado um chá peruano, por recomendação médica, para aliviar um problema estomacal.
Sotomayor disse que só havia visto cocaína em filmes. "Não preciso dela (a droga) para saltar 2,30 m", afirmou o esportista.
A Odepa, apesar disso, aplicou o regulamento e desclassificou o recordista mundial. As autoridades políticas e esportivas de Cuba reagiram proclamando a inocência de Sotomayor e denunciando um "complô imperialista". A Federação Cubana perdoou o atleta, e a Iaaf interveio no caso, que acabou no Tribunal de Arbitragem.
Sotomayor e uma delegação cubana na qual estava Alberto Juantorena, membro do Conselho Diretor da Iaaf, compareceram na primeira semana de abril ante o tribunal, que recebeu suas alegações, baseadas principalmente em supostas irregularidades na armazenagem da urina.
O Tribunal de Arbitragem adiou várias vezes sua decisão para receber mais dados e a conclusão de um membro do laboratório de Montreal (Canadá) que analisou a amostra e o parecer de um médico da federação cubana.
"Neste caso há conotações políticas envolvidas, e o tribunal quis acabar com qualquer tipo de dúvida", explicou Giorgio Reineri, porta-voz da Iaaf.



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