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ATLETISMO
Recordista mundial de salto em altura, que teve exame antidoping positivo para cocaína, não vai à Olimpíada
Cubano Sotomayor é suspenso até 2001
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O cubano Javier Sotomayor, 32,
recordista mundial de salto em altura (2,45 m), foi suspenso ontem
de todas as competições até 30 de
julho de 2001. O exame antidoping do saltador deu positivo para
cocaína no Pan-Americano de
Winnipeg (Canadá), em 1999.
A punição foi anunciada ontem
pelo Tribunal de Arbitragem da
Iaaf (Federação Internacional de
Atletismo). Apesar disso, o saltador ainda pode apelar para o Tribunal Arbitral do Esporte.
A suspensão pode significar a
aposentadoria definitiva do campeão olímpico em Barcelona-1992, já que Sotomayor não poderá competir nos Jogos de Sydney.
O caso do saltador cubano estourou no dia 4 de agosto de 1999,
quando o mexicano Mario Vázquez Raña, presidente da Odepa
(Organização Desportiva Pan-Americana), confirmou que a
análise da urina do atleta havia revelado restos de cocaína. Com isso, Sotomayor perdeu o ouro
conquistado na competição.
A urina do saltador apresentava
uma concentração de cocaína de
200 partes por milhão, o que fez o
brasileiro Eduardo de Rose, presidente da Comissão Médica da
Odepa, dizer que o atleta tinha
consumido a droga pelo menos
quatro dias antes de competir.
A delegação cubana alegou, em
defesa do atleta, que Sotomayor
havia tomado um chá peruano,
por recomendação médica, para
aliviar um problema estomacal.
Sotomayor disse que só havia
visto cocaína em filmes. "Não
preciso dela (a droga) para saltar
2,30 m", afirmou o esportista.
A Odepa, apesar disso, aplicou o
regulamento e desclassificou o recordista mundial. As autoridades
políticas e esportivas de Cuba reagiram proclamando a inocência
de Sotomayor e denunciando um
"complô imperialista". A Federação Cubana perdoou o atleta, e a
Iaaf interveio no caso, que acabou
no Tribunal de Arbitragem.
Sotomayor e uma delegação cubana na qual estava Alberto Juantorena, membro do Conselho Diretor da Iaaf, compareceram na
primeira semana de abril ante o
tribunal, que recebeu suas alegações, baseadas principalmente
em supostas irregularidades na
armazenagem da urina.
O Tribunal de Arbitragem
adiou várias vezes sua decisão para receber mais dados e a conclusão de um membro do laboratório de Montreal (Canadá) que
analisou a amostra e o parecer de
um médico da federação cubana.
"Neste caso há conotações políticas envolvidas, e o tribunal quis
acabar com qualquer tipo de dúvida", explicou Giorgio Reineri,
porta-voz da Iaaf.
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