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HIPISMO
UE obriga quarentena de 3 meses para cavalos que forem a Santo Domingo, o que inviabiliza viagem de brasileiro
"Doença" pode tirar Rodrigo Pessoa do Pan
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um vírus que ataca os cavalos
pode inviabilizar a participação
de Rodrigo Pessoa, 30, no Pan de
Santo Domingo, em agosto.
O ginete pretendia usar Giffard,
9, uma de suas novas montarias,
na prova pan-americana. Mas há
uma complicação: para ir à República Dominicana, os cavalos têm
que ser vacinados para a encefalomielite venezuelana, doença comum na América Central.
Pelas normas da União Européia, o cavalo de Pessoa teria que
passar por uma quarentena de
três meses antes de voltar da
América, já que não há ocorrência
do vírus dessa doença no velho
continente. "Nesse período, Giffard poderia ficar nos EUA ou no
Brasil", conta o cavaleiro.
Tanto tempo de inatividade
-longe de competições e treinos- seria prejudicial ao cavalo.
Giffard, que está em grande forma, é a aposta de Pessoa para
substituir Baloubet du Rouet, seu
cavalo mais vitorioso, mas que
tem caído de rendimento ultimamente. A nova montaria pode até
ser utilizada pelo ginete na prova
individual da Olimpíada-2004.
"Estamos negociando com as
autoridades européias para reduzir o período de quarentena para
45 dias. Vamos decidir isso [participação ou não no Pan] nos próximos dias", diz o cavaleiro, campeão da Copa do Mundo em 1998,
1999 e 2000. "Giffard é o único cavalo que eu poderia levar ao Pan."
A competição em Santo Domingo é importante para o Brasil,
que ainda não obteve classificação por equipe para a prova de
saltos dos Jogos de Atenas-2004.
Nas duas últimas Olimpíadas
-Atlanta-1996 e Sydney-2000-,
o Brasil conquistou medalha de
bronze nessa competição.
Sem Pessoa, melhor ginete do
país, as chances de obter a vaga
olímpica seriam remotas.
Além dele, outro brasileiro enfrentará dificuldade semelhante,
caso seja convocado pela Confederação Brasileira de Hipismo.
Bernardo Resende Alves, que treina com Pessoa na Bélgica, conta
com montarias na Europa.
A dificuldade não ficou restrita
aos competidores brasileiros no
Pan. Outro cavaleiro radicado no
velho continente, o mexicano
Santiago Lambre, encontra-se na
mesma situação de impasse.
A encefalomielite, causadora de
toda a complicação, é transmitida
por meio da picada dos mosquitos Aedes spp e Culex spp.
Alguns dos sintomas encontrados nos cavalos contaminados
são febre, cefaléia, falta de coordenação motora, sonolência e perda
de sentido de orientação.
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