São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2004

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FUTEBOL

Atacante marca duas vezes em seu adeus ao Palmeiras, que mantém série de triunfos em clássicos neste Brasileiro

Vágner se despede com trancinhas e gols

EDUARDO ARRUDA
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua despedida do Palmeiras, Vágner, 20, mostrou que vai deixar saudade nos torcedores e transformou o clássico em pesadelo para os são-paulinos.
Com dois gols e tranças enfeitadas com miçangas verdes, o atacante, negociado com o CSKA, da Rússia, foi o protagonista da vitória por 2 a 1 ontem, no Pacaembu, e intensificou a crise no rival do Morumbi, ainda abalado pela eliminação na Taça Libertadores.
"Eu não venci esse duelo, foi o Palmeiras. Amo a torcida, meus companheiros. Se tiver que voltar ao Brasil, será para esse time", disse o atacante, que sai como goleador do clube no Brasileiro (oito gols). No total pelo time, Vágner, que hoje se apresenta à seleção para a Copa América, balançou a rede 49 vezes em 65 jogos.
Aclamado pelos torcedores palmeirenses, ele ainda viu a derrocada dos dois maiores ídolos são-paulinos, Rogério e Luis Fabiano, que ontem falharam em lances cruciais da partida e foram hostilizados pela Tricolor Independente, a principal torcida do clube.
Luis Fabiano perdeu um pênalti no primeiro tempo, e Rogério falhou no lance do segundo gol.
No clássico de ontem, que quebrou o maior jejum (20 meses) de jogos entre as equipes, o Palmeiras confirmou a fama de bicho-papão dos paulistas. Das cinco vitórias do time no Brasileiro, quatro foram contra rivais do Estado.
Duas delas, goleadas contra Corinthians e Santos por 4 a 0, que assim como ocorreu ontem, intensificaram crises nos rivais.
Visivelmente nervoso, o São Paulo cometia mais erros do que o Palmeiras. Porém os comandados de Estevam Soares não conseguiam finalizar no primeiro tempo -foram cinco tentativas, só uma certa, segundo o Datafolha.
Nas raras vezes em que levaram vantagem sobre a defesa são-paulina, os atacantes palmeirenses tentaram cavar pênaltis. Por três vezes, Vágner reclamou de faltas dos são-paulinos na área. Quando o Palmeiras deixou de "enfeitar", chegou ao gol. Em boa jogada de Corrêa, Vágner, de cabeça, fez 1 a 0, aos 38min da etapa inicial.
Mesmo pior, o São Paulo ainda teve a chance de empatar em um pênalti inexistente de Sérgio em Fábio Simplício, marcado pelo árbitro Sálvio Spíndola, aos 45min.
Foi a vez de Luis Fabiano ter sua chance de virar herói. O artilheiro do São Paulo, perseguido pelos torcedores, entretanto, cobrou mal, e Sérgio defendeu.
No segundo tempo, o Palmeiras soube aproveitar o descontrole emocional do rival. Nem as três alterações feitas por Cuca, que colocou Souza, Gabriel e Fábio Santos nos lugares de Lino, Renan e Fábio Simplício, surtiram efeito. E o Palmeiras não demorou a chegar ao segundo gol.
Aos 17min, Pedrinho cobrou falta pela direita, Rogério não conseguiu segurar a bola, e Vágner pegou a sobra para fazer 2 a 0.
Se Luis Fabiano foi o vilão são-paulino no primeiro tempo, Rogério ganhou o rótulo no segundo. Ouviu gritos de "frangueiro" ecoarem por todo o estádio.
O capitão são-paulino, que já havia falhado nos dois últimos jogos do time, contra Once Caldas e Paysandu, quase se redimiu minutos depois em cobrança de falta que passou rente à trave.
Mas o São Paulo continuou insistindo e diminuiu em um chute forte de Cicinho, aos 38min.
A partida, que teve 66 faltas, ficou mais nervosa, e o palmeirense Corrêa e o são-paulino Souza receberam cartão vermelho.


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