São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2006

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Copa vê maior de todos os mata-matas

Quartas-de-final reúnem seis campeões e sete dos oito melhores jogadores do mundo, números inéditos em 76 anos

Duelos entre as seleções mais tradicionais coloca Copa como candidata a evento esportivo mais visto na TV em todos os tempos


LUÍS FERRARI
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de 19 dias e 56 jogos, a Copa parou. Mas, quando voltar, na sexta-feira, a competição viverá uma fase inédita em seus 76 anos de história.
Nunca seis campeões -todos os classificados para a Copa- haviam chegado juntos às quartas-de-final. Com isso, os melhores jogadores do planeta (sete dos oito primeiros da mais recente eleição da Fifa) seguem na disputa -presença inédita desde que a entidade criou o prêmio, em 1991.
O Mundial que contou com tamanho número de craques era o de 1994, com seis dos então oito melhores para a Fifa.
Outro sinal da importância e do ineditismo das quartas-de-final da Copa da Alemanha: pela primeira vez, a fase terá exatamente um representante de cada um dos oito grupos do Mundial, algo que nunca ocorreu nas duas edições anteriores com o atual formato.
Se forem consideradas as participações dos cabeças-de-chave, a atual Copa se destaca por emplacar seis deles nas oito vagas das quartas-de-final.
Os únicos times vivos que não tinham tal privilégio no início são Portugal, que é comandado por Luiz Felipe Scolari, técnico que venceu a última edição, e a Ucrânia, de Shevchenko, apontado como um dos melhores atacantes do mundo nos últimos anos.
Se a Copa vai bem em campo, fora dele o êxito é parecido.
A atual edição do Mundial tem tudo para quebrar também marcas que indicam sucesso inédito com o público. Além da maior presença em estádios desde 1994 -quando a Copa aconteceu nos EUA, em palcos com maior capacidade que os alemães-, o Mundial de 2006 caminha com segurança a recordes de audiência na TV.
"Estimamos que a audiência acumulada da Copa supere a marca de 30 bilhões", disse ontem Dominik Schmid, presidente da empresa que negocia os direitos de TV da competição em nome da Fifa.
O recorde de evento esportivo mais assistido na história é o da Copa passada, na Ásia, com audiência de 28,8 bilhões.
De acordo com o executivo, um dos principais fatores do crescimento neste ano é o interesse feminino. Comparando com 2002, houve aumento de 40% da audiência de mulheres.
Anteontem, o site da Copa, o www.worldcup.com, já superara seu recorde, com mais de 2,5 bilhões de visitas.
Para a seleção brasileira, o sucesso da competição pode significar um sinal de sorte. A última Copa que teve tantos campeões do mundo nas quartas-de-final foi a de 1970, no México: cinco. Uruguai, o próprio Brasil, Alemanha, Itália e Inglaterra brigaram pelo título.
Esse fato, entre outros motivos, é usado para apontar aquele torneio, que acabou com o tricampeonato brasileiro -garantindo a posse definitiva da taça Jules Rimet- como a melhor Copa de todos os tempos.
A participação brasileira nas atuais quartas-de-final é significativa. Além de classificar a seleção, o país tem representantes também na seleção portuguesa, com o técnico, Scolari, e o meia Deco -que, suspenso por ter sido expulso nas oitavas, contra a Holanda, só poderá voltar ao time caso Portugal supere a Inglaterra no sábado.
Até hoje, só duas Copas tiveram 100% de campeões em suas semifinais. As de 1970 (Alemanha x Itália e Brasil x Uruguai) e 1990 (Argentina x Itália e Inglaterra x Alemanha).


Com agências internacionais

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