São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2007

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pé esquerdo

Dunga fracassa no 1º jogo para valer

Na estréia do treinador em competição oficial, seleção perde na Copa América ao som da trilha do humorístico Chaves

Antônio Gaudério/Folha Imagem
O atacante Robinho, que teve boa atuação na derrota para o México, deixa o gramado cabisbaixo


Brasil 0
México 2

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A PUERTO ORDAZ

A estréia do técnico Dunga como técnico de futebol em uma competição foi triste, mas teve um tom de comédia para os adversários. Após os gols do 2 a 0 do México sobre o Brasil ontem, em Puerto Ordaz, o sistema de som do estádio tocava música tema do ""Chaves", folclórico personagem humorístico da TV mexicana.
Essa foi a trilha inicial da seleção brasileira na Copa América da Venezuela. Dunga acumula agora duas vitórias, dois empates e duas derrotas em 2007, mas só ontem a partida valia três pontos -a equipe é lanterna do Grupo B hoje.
"Jogamos mal o primeiro tempo e, merecidamente, levamos dois gols", diagnosticou o zagueiro Juan ao final do duelo.
O México, que chegou cansado (foi vice da Copa Ouro nos EUA no domingo) e desfalcado (três titulares pediram descanso e outros não começaram o jogo de ontem) para o jogo contra o Brasil, suportou os primeiros minutos bons do rival.
E contou com a ajuda da arbitragem, que anulou incorretamente gol legal do meia Diego por impedimento. Depois, em seis minutos, fez dois gols.
Aos 23min, Castillo recebeu na área, deu um chapéu em Maicon e encobriu Doni para fazer um golaço. Dois minutos antes, Robinho quase marcara em uma bela bicicleta.
Aos 29min, Diego perdeu a bola e cometeu falta perto da área. Morales jogou a bola no canto esquerdo de Doni, que ficou só observando.
Ainda no primeiro tempo, a torcida brasileira, maioria no estádio, ensaiou vaias para a equipe de Dunga. Os mexicanos, por sua vez, gritavam "olé" a cada passe de sua seleção.
Quando o técnico mexicano, o ex-craque Hugo Sánchez, dominou com estilo uma bola no peito, os algozes recentes do Brasil foram ao delírio -nos últimos sete duelos entre os dois países, foram quatro vitórias mexicanas e só uma brasileira.
Dunga, com roupa social, só saiu do banco para dar orientações ao seu time nos segundos finais da etapa inicial. Iria fazer duas mexidas no intervalo.
""Precisamos nos aproximar mais uns dos outros", declarou Robinho no intervalo.
O atacante Afonso entrou no lugar de Diego, que esteve pouco inspirado em campo, diferentemente do parceiro Robinho, um show à parte. Já Anderson ocupou a vaga de Elano, outro que esteve apagado.
""Vamos entrar para dar mais velocidade no jogo e virar isso aí", falou Afonso, um dos nomes que ascenderam com Dunga na seleção (atua no fraco Heerenveen, da Holanda).
O Brasil melhorou bem na segunda etapa e criou seguidas chances. Ochoa, goleiro mexicano que ocupou a vaga de Sánchez ontem, destacou-se em pelo menos dois lances. Robinho quase marcou dois gols.
Afonso, em chute de primeira, e Anderson, em dois chutes de média distância, também tiveram chance de ao menos descontar o marcador.
Sem pressa, o México gastou o tempo, sem arriscar muito na frente. Com um pouco mais de capricho, o time teria ampliado o placar em contra-ataques -Castillo, nos acréscimos, saiu do próprio campo, driblou Doni e, de forma incrível, chutou para fora com o gol vazio.
Essa foi a primeira partida de Dunga na América do Sul. O time volta a atuar pela competição continental no domingo, em Maturín, contra o Chile.


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