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Salário faz americanos emigrarem
Renda anual média de apenas US$ 20 mil na liga de futebol dos EUA obriga principais jogadores da seleção a mudar de ares
No elenco que decide o título contra o Brasil, 18 dos 23 convocados jogam no exterior, vários deles em equipes sem expressão
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Não foi só o astro inglês David Beckham que provou e não
gostou da MLS, a liga criada pelos norte-americanos para empurrar o "soccer" no país.
O time dos EUA que faz hoje
a final da Copa das Confederações com o Brasil é a prova de
que o futebol é ainda periférico
no mais rico país do planeta.
Dos 23 jogadores que formam o elenco chamado pelo
técnico Bob Bradley, 18 atuam
fora dos EUA. Entre os oito times que disputaram a competição na África do Sul, nenhum
tem um contingente de "estrangeiros" tão grande.
E os norte-americanos não
trocaram a MLS, onde o salário
anual pago à maioria dos atletas é de apenas US$ 20 mil
anuais (pouco mais de R$ 3.000
mensais), por clubes de ponta
da Europa. A maioria deles atua
em times de segunda linha. Os
EUA têm atletas em equipes
como o francês Rennes, o sueco
Hammarby e os dinamarqueses Midtjulland e Aarhus.
Outros que estão em times de
maior envergadura esquentam
o banco, como o atacante Altidore, que é pouco utilizado pelo
Villarreal, da Espanha.
Apesar de os jogadores ganharem pouco, a MLS já não é o
pesadelo como negócio para
seus donos como nos anos iniciais -até 2003, a liga acumulava prejuízo de US$ 350 milhões
(quase R$ 700 milhões).
Em expansão, ela atrai o interesse de grandes empresários
norte-americanos. Hoje são 15
times, e mais três irão encorpar
a competição até 2011.
Uma das últimas equipes a
entrar na competição, o Seattle
Sounders tem Paul Allen, um
dos donos da Microsoft, como
um de seus proprietários.
Para Bob Bradley, o técnico
da seleção dos EUA, a debandada dos jogadores de seu país para o exterior é positiva.
"A MLS é importante em termos de crescimento dos atletas, já que muitos começam nela. Mas a experiência dos que
estão no exterior é importante
para o nosso time", afirmou o
treinador, que hoje, contra a seleção, não poderá contar com o
seu filho Michael, expulso na
semifinal diante da Espanha.
A opinião deve ser compartilhada por Dunga: sempre que
questionado sobre quais os
pontos fortes dos adversários, o
treinador cita o fato de muitos
jogadores de determinadas seleções atuarem na Europa.
É o caso do time norte-americano. No velho continente,
estão 15 dos convocados por
Bradley para a Copa das Confederações sul-africana.
(EDUARDO ARRUDA E PAULO COBOS)
NA TV - Brasil x EUA
Globo, Band e Sportv,
ao vivo, às 15h30
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