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Cielo supera o recorde de Popov
Campeão faz 21s55 e é primeiro a nadar, sem traje tecnológico, 50 m livre abaixo do russo
DE SÃO PAULO
O nadador brasileiro Cesar
Cielo venceu ontem os 50 m
livre no Open de Paris, com
21s55, tempo bem acima de
seu próprio recorde mundial
(20s91), mas o feito rendeu
grande comemoração.
"Finalmente abaixo de
21s64!!!", escreveu, no Twitter, o campeão olímpico e
mundial da prova. "1º nadador abaixo do Popov!!!!"
O brasileiro se referia ao
nadador russo Alexander Popov, bicampeão olímpico
dos 50 m e 100 m livre e detentor do recorde da prova
antes do aparecimento dos
trajes tecnológicos, em 2008,
que provocaram uma enxurrada de novas marcas.
A Fina (Federação Internacional de Natação) proibiu a
partir desta temporada os supermaiôs, produzidos com
material que proporciona
maior flutuabilidade.
Como a referência passou
a ser os tempos da era das
sungas, Cielo, 23, quebrou o
antigo recorde da prova.
O melhor tempo da temporada pertencia ao francês
Frédérick Bousquet (21s71),
que ontem terminou em terceiro com 21s95. O vice-campeão foi Fabien Gilot (21s83).
A marca abaixo de Popov
veio antes do esperado pelo
próprio Cielo. Em preparação
para o Pan Pacífico, em agosto, nos EUA, chegou a Paris
afirmando querer "avaliar os
fundamentos". "Não quero
ser muito afobado nos 50 m,
por exemplo", dizia.
O melhor tempo de Cielo
na temporada era 21s80 e havia sido obtido no Maria
Lenk, em piscina que não é
considerada apropriada para
grandes eventos, em maio.
Na ocasião, disse que um
bloco melhor e uma piscina
um pouco mais funda poderiam ter ajudado, mas não se
mostrou muito preocupado.
"A hora de bater o Popov
não é agora. É em agosto",
afirmou Cielo, na época, sobre o russo que foi dominante nas provas de velocidade
nos anos 90 e se tornou uma
espécie de ícone para vários
nadadores da atualidade que
disputam esses eventos.
Após conquistar o ouro em
Pequim-2008, Cielo disse
que se espelhava no russo e
ficou surpreso ao saber que o
ídolo havia acompanhado a
prova no local e o elogiado.
Ex-recordista mundial dos
50 m e 100 m livre, o francês
Alain Bernard também já se
declarou fã do russo.
Popov, que nadava de
sunga e sem touca, marcou
21s64 em uma tentativa especial em junho de 2000.
Na ocasião, o russo havia
quebrado um recorde que já
durava dez anos e muitos
apostavam que sua marca
poderia durar o mesmo tempo ou ainda mais, não fossem os trajes tecnológicos.
Em maio de 2008, com um
supermaiô, o australiano Eamon Sullivan marcou 21s56 e
deu início a uma grande série
de quebras do recorde.
Após mudar apenas duas
vezes nos 18 anos anteriores,
o recorde foi alterado em seis
oportunidades até Cielo cravar 20s91 em dezembro.
Com a marca do ídolo superada, Cielo busca agora
novos desafios. "1ª missão
cumprida, agora rumo ao
Pan Pac e rumo a tempos
mais baixos", escreveu ele.
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