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VÔLEI
O nó da questão
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Tudo parecia bem: o Brasil
perdeu da Rússia, mas venceu a poderosa China. O que ninguém imaginaria é que na última
rodada, a dois sets da classificação, o time perderia por 3 a 0 da
Coréia do Sul. Pela primeira vez,
a seleção, tricampeã do Grand
Prix, ficou fora da fase final.
Esse resultado exige uma reflexão. Estamos em ano pré-olímpico, o país tem jogadoras para formar uma grande seleção e disputar medalhas nos Jogos de Atenas.
A responsabilidade pelo atual e
também pelos próximos resultados não é só da comissão técnica e
do time. É também das jogadoras
que estão ausentes.
Está na hora de uma reconciliação no vôlei feminino. Fofão, Érika, Walewska, que deixaram o time por problemas com Marco
Aurélio Motta, fazem falta. A levantadora Fernanda Venturini,
que tem falado em voltar ao time
em 2004, mas que também tem
diferenças com o técnico, seria
um reforço e tanto.
Talvez seja o maior problema
da seleção: depois de um mau resultado, é inevitável não lembrar
os conflitos dos últimos dois anos
e as atletas que estão fora da equipe. A mesma ladainha volta a ser
repetida. Ficam então um lamento e a sensação de que a história
poderia ser diferente.
O certo é que a situação de Marco Aurélio Motta também não é
nada confortável. Desde que assumiu o cargo, em 2001, não teve
paz. Sem contar que substituir
Bernardinho já não seria fácil para nenhum técnico. Ele sofreu
pressões, teve problemas com algumas jogadoras e está tentando
reconstruir o time.
No Mundial de 2002, na Alemanha, o Brasil ficou em sétimo lugar. Em junho, na Volley Masters,
a equipe foi bem: reforçada por
Virna e Raquel, acabou em terceiro lugar. Mas, agora, o tropeço no
Grand Prix preocupa: a seleção
precisa retomar o seu caminho de
conquistas no vôlei.
Não dá para esquecer que até a
última Olimpíada, em 2000, o
Brasil estava entre os três melhores do mundo. A luta deve ser para que a equipe volte a ocupar esse lugar no ano que vem, em Atenas. Para isso, o time precisa de
suas melhores jogadoras e que todos falem a mesma língua.
O certo é que a questão já virou
política. Se a Confederação Brasileira muda o técnico, estaria dando poder às jogadoras rebeladas.
Já manter Marco Aurélio significa não contar com algumas das
melhores atletas do país. E uma
convivência pacífica entre todos
parece difícil. Eis o nó da questão.
Sobre o Grand Prix, pelo menos
um consolo: no vôlei feminino, os
favoritos não são imbatíveis.
Quem diria, a Coréia do Sul terminou em primeiro lugar em
uma chave que tinha Rússia, China e Brasil. No outro grupo, a Itália, atual campeã do mundo, jogou sem três titulares. Em cinco
jogos, o time perdeu três.
Cuba, também com tanta tradição, mas em fase de renovação,
conseguiu apenas uma vitória em
cinco partidas e acabou em último lugar na chave. A luta pelo título vai reunir agora Coréia do
Sul, China, Rússia, Estados Unidos, Holanda e Itália. Se não
acontecerem mais surpresas, dá
para apostar as fichas na Rússia.
Preparação
O Campeonato Masculino Europeu deste ano promete ser o mais
disputado dos últimos tempos. O torneio, que será realizado de 5 a 14
de setembro na Alemanha, é classificatório para a Copa do Mundo,
competição que vale três vagas para os Jogos de Atenas, em 2004. Os
grandes favoritos ao título são Itália, Sérvia e Montenegro e Rússia.
Mudanças
Depois do decepcionante oitavo lugar na Liga Mundial, o técnico da
seleção masculina da Rússia, Guennadi Chipouline, faz mistério e
promete mudanças no time para o Campeonato Europeu. A Rússia
caiu no grupo mais difícil, ao lado de Sérvia e Montenegro, Polônia,
Grécia, Holanda, e Bulgária. Na outra chave estão Itália, República
Tcheca, Alemanha, Espanha, França e Eslováquia.
E-mail cidasan@uol.com.br
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