São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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TÊNIS

Saretta se inspira em rival para ir à decisão

Brasileiro "renasce das cinzas" e vira jogo após salvar dois match points

O tenista, 138º no ranking mundial, afirma que se via já na luta pelo bronze e que fãs o fizeram levantar a cabeça para chegar à final de hoje

DO ENVIADO AO RIO

Flávio Saretta faz hoje a final de simples contra o chileno Adrian Garcia. Porém, em meio à semifinal, ontem, com o argentino Eduardo Schwank, a quem bateu por 2 sets a 1, o tenista já se imaginava jogando pela medalha de bronze.
""Achei que tinha acabado. Já havia colocado a viola no saco e [mentalmente] estava indo para o chuveiro", conta, sobre o momento em que perdia o segundo set por 3/5 e lutava para salvar o nono game (15/40).
""Eu me inspirei no próprio Schwank, que ontem [anteontem] passou por dificuldades contra o Marcos Daniel, mas acabou vencendo. Assisti àquela partida, vi ele voltar, e percebi que, enquanto o jogo não terminar, está valendo", prosseguiu Saretta, que sofreu dois match points.
""Voltei das cinzas", comentou, sobre sua reação no jogo que teve duração de 2h08min.
A torcida presente ontem no Clube Marapendi se manifestava efusivamente a cada ponto de Saretta. ""Já estava de cabeça baixa, aí ouvia eles [os torcedores] gritando, "levanta a cabeça". Isso também foi importante", afirmou o atleta.
O brasileiro reconhece que voltou a acreditar na vitória somente quando conseguiu empatar o segundo set em 5/5.
Já o argentino, abatido após a partida, lamentou a chance perdida. ""Quando tive a oportunidade de fechar a partida [no segundo set], não consegui. O Saretta jogou melhor, e eu cometi erros. Eu me perdi mentalmente", disse Schwank, 240º colocado do ranking.
Para chegar à semifinal, Saretta havia derrotado Sebastien Vidal (Guatemala), por duplo 6/1, Marcelo Arevalo (El Salvador), por 6/2 e 6/3, e Juan Martin Aranguren, com um duplo 6/2. Desses três, apenas o argentino aparecia no ranking de entradas da ATP (369º).
Saretta é o 138º da listagem.
""Essa história de ranking não diz muito. Isso ficou provado hoje [ontem]. Todos jogam bem", argumentou Saretta.
Segundo ele, o rival de hoje, às 11h, o chileno Adrian Garcia, 139º do ranking, é um velho conhecido. Os dois já se enfrentaram, sempre com vitória do brasileiro. ""Porém foram partidas disputadas, sempre decididas nos detalhes", apontou ele, referindo-se aos challengers de Lugano e Guayaquil, em 2005, e Bogotá, em 2007.
Ao ser questionado se há pressão adicional por conta da disputa entre Brasil e Cuba pelo segundo lugar no Pan-Americano, Saretta respondeu: "Não. A pressão teve início quando começou o torneio".0 (EDUARDO OHATA)


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