São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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Seleção olímpica faz "amistoso para valer"

Diferentemente de outros esportes, futebol precisa definir o time e a tática

Contra Cingapura, Dunga testará um meio-campo habilidoso e jogadores em diversas posições a poucos dias da estréia nos Jogos

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A CINGAPURA

Para a imensa maioria dos mais de 10 mil atletas que vão disputar os Jogos de Pequim, os últimos dias que antecedem a competição são só para afinar anos de treinamento e bastante repouso. Não é o caso da seleção brasileira masculina de futebol, que faz hoje, às 9h, amistoso contra a medíocre seleção de Cingapura, que é só a 127ª colocada do ranking da Fifa.
O amistoso é uma das provas de que futebol e Olimpíada não andam juntos no Brasil. Com menos de duas semanas para a estréia nos Jogos, contra a Bélgica, no dia 7, Dunga ainda tem dúvidas sobre o time titular e o esquema tático que irá utilizar.
"Não tem nada decidido. Temos que esperar até o início da Olimpíada", falou o treinador sobre escalação e tática.
Ele deve começar hoje no 4-4-2 (com um habilidoso meio-campo formado por Hernanes, Lucas, Anderson e Diego, com Ronaldinho no ataque), mas deixou em aberto a possibilidade de mudar para o 3-5-2.
"Vamos variar dependendo do jogo, escalar de acordo como atua a equipe adversária", falou o treinador, que considera o jogo de hoje e o contra o Vietnã, na próxima sexta-feira, como essenciais para saber se pode contar com jogadores atuando fora de suas posições, o que poderia ter sido feito antes se a CBF não tivesse colocado a Olimpíada em segundo plano.
"Temos que testar todas as possibilidades. São apenas 18 jogadores, e alguns podem ter que atuar fora de posição."
Com esse cenário, Dunga precisou fazer treinos fortes até agora. Ontem, o lateral Ilsinho, com dores musculares, não participou da prática no estádio Nacional de Cingapura.
Não é só por ter que treinar forte e procurar um time com poucos dias para os Jogos que o futebol difere dos outros esportes na reta final para a Olimpíada de Pequim.
A começar por quem paga a conta. Enquanto atletas de outras modalidades fazem a aclimatação no Japão e em Macau com despesas pagas pelo Comitê Olímpico Brasileiro, o futebol tem suas contas bancadas pelos promotores dos amistosos contra Cingapura e Vietnã. É a CBF quem paga também a preparação do time feminino.
O futebol nacional também vai vestir roupas diferentes do resto da delegação em Pequim. Os uniformes masculino e feminino serão da Nike, enquanto os demais, mesmo que suas confederações tenham outro fornecedor, irão de Olympikus.
Caso exista a obrigação de o escudo da CBF ser trocado pelo do COB, existirá um problema, já que nenhuma camisa levada pela Nike para a Ásia foi confeccionada com o escudo do Comitê Olímpico Brasileiro.
Amanhã, a seleção já vai para Hanói, palco do jogo contra o Vietnã. No sábado, embarca para Shenyang, onde faz seus dois primeiros jogos na Olimpíada.

NA TV - Cingapura x Brasil Sportv, ao vivo, às 9h


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