São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

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salto

Impecável nos 50 m peito, Felipe França tem agora um ano para se firmar como candidato ao pódio olímpico nos 100 m

Francois Xavier Marit/France Presse
Felipe França, na largada da final dos 50 m peito em Xangai

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI

Felipe França estudou sua prova por meses, metro por metro. Sabia exatamente o que fazer quando ouviu o sinal de largada dos 50 m peito no Mundial de Xangai.
Desta vez, foi perfeito. Em 27s01, deixou os adversários para trás e buscou seu ouro.
Pela primeira vez, o Brasil tem dois atletas com medalhas de ouro na natação em um Mundial de esportes aquáticos -Cesar Cielo venceu os 50 m borboleta.
O país também foi ao topo do pódio com Ana Marcela Cunha, campeã dos 25 km da maratona aquática.
"Treinei muito. Analisamos em cada centímetro da piscina o que dava para melhorar. E todas as vezes em que nadei foi perfeito", disse França, que tem ajuda de um biomecânico para estudar suas provas e seu estilo.
O italiano Fabio Scozzoli conquistou a prata ontem, seguido pelo sul-africano Cameron van der Burgh.
França, 24, vice-campeão dos 50 m peito no Mundial de 2009, chegou ao auge da sua carreira após uma decepção.
O nadador desembarcou em Xangai com a meta de escrever seu nome na elite dos 100 m peito, distância que está no programa olímpico.
Tropeçou na semifinal.
Após a eliminação, França se trancou no quarto do hotel. Não queria falar com ninguém. Remoía o revés na prova que acreditava, enfim, estar pronto para vencer.
Já seu técnico, Arílson Silva, foi para a piscina e assistiu à final dos 100 m peito e à cerimônia de premiação.
Quando se reencontraram, estavam com o mesmo espírito de aproveitar a derrota para ganhar fôlego.
"Aprendi que a derrota às vezes pode ser sua maior vitória. Aprendi muito com essa perda aqui", afirmou o novo campeão do mundo.
O nadador ostenta hoje o sétimo melhor tempo da temporada nos 100 m peito: 1min00s01, estabelecido nas eliminatórias do Mundial.
"Lamentamos muito não estar naquela final. Ele está no auge da forma, nós estávamos prontos, mas cometemos alguns erros de estratégia e não deu", disse Silva.
O brasileiro tem um rol de sucessos nos 50 m peito.
Além de ter sido vice-campeão mundial em 2009, bateu o recorde mundial da distância no mesmo ano.
França não nadará mais provas individuais na China. Deve integrar o revezamento 4 x 100 m medley, no sábado.
"Nunca achei que a derrota nos 100 m fosse tirar dele a chance de disputar medalha de ouro nos 50 m. Estávamos mordidos", afirmou Silva.
"Ele está no auge da forma, já é um dos melhores do mundo nos 100 m. Agora é trabalhar mais um ano para buscar essa medalha [na Olimpíada]", disse o técnico.


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