São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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BASQUETE

Média de idade de seleção não é muito inferior à do time de 1994, que fez a pior campanha do país em Mundiais

Brasil aposta em geração "intermediária"

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de pregar a renovação, a seleção brasileira masculina que irá disputar o Mundial de Indianápolis a partir de amanhã não é tão jovem assim. O time conta com média de idade de 24,4 anos.
Essa média subiu um pouco com o corte do ala-pivô Nenê, 19, que não disputará o Mundial devido a uma distensão na virilha. O jogador do Denver Nuggets, único brasileiro na NBA, seria uma das peças-chave da equipe.
Seleções emergentes como Espanha (Pau Gasol, 22), Argentina (Ginóbili, 25), Alemanha (Dirk Nowitzki, 24), China (Yao Ming, 22) e Rússia (Andrei Kirilenko, 21) contam com estrelas jovens ancorando seu jogo. O Brasil poderia ter essa peça em Nenê, que não irá jogar a competição.
Apesar disso, a seleção de 2002 é bem mais jovem que o grupo que ficou em décimo lugar na última edição do torneio. Na Grécia, há quatro anos, a seleção brasileira teve média de idade de 27,2 anos.
Porém, o elenco atual não fica muito abaixo da equipe que fez a pior participação brasileira em Mundiais. O elenco que ficou com a 11ª colocação no Canadá, em 1994, tinha média de 25,5 anos.
Mesmo não tendo um time tão renovado, a preocupação do técnico Hélio Rubens é com a pouca experiência do elenco.
Dos 13 atletas do grupo -o último corte será definido hoje, na véspera da estréia- , apenas cinco já atuaram em Mundiais: Helinho, Demétrius, Marcelinho, Rogério e Sandro. Desses, só Rogério, 31, jogou em duas edições.
O maior problema do time está na disputa pelos rebotes. Após o corte de Nenê, Hélio Rubens chamou, às pressas, os pivôs Luís Fernando, 24, e Baby, 22. O primeiro abriu mão da convocação para jogar na China -caso se machucasse durante o Mundial, perderia um contrato vantajoso.
Baby se apresentou à equipe anteontem. O pivô, que assumirá uma função importante no time, nunca havia jogado pela seleção antes -disputaria um amistoso ontem, contra a Nova Zelândia.
Outra aposta do setor é Tiago Splitter, 17. Ele é o segundo brasileiro mais jovem a jogar um Mundial. Marcel foi o atleta mais novato do país no torneio. Em Porto Rico-1974, tinha 17 anos, mas era um mês mais novo que Splitter.
"A inexperiência do Brasil é uma desvantagem em relação às outras seleções. Nossa renovação ainda está acontecendo. Mas vamos superar o problema. O time está em um crescimento constante desde 1999", disse o treinador.
Essa preocupação com a pouca experiência internacional da maioria dos atletas deve fazer Hélio Rubens escalar um time mais velho e experiente na estréia.
Embora tenha feito muito revezamento em quadra nos amistosos preparatórios, disputados na Turquia e na Argentina, o técnico já sinalizou que deve começar a partida contra o Líbano, amanhã, com Helinho, Marcelinho, Rogério, Anderson e Sandro Varejão.
Com essa equipe, a idade média sobe para 26,8 anos e fica próxima às dos favoritos do Mundial. Os EUA contam com um time com média de 26,6 anos. Atual campeã, a Iugoslávia -que também definirá seu último corte hoje- possui média de 26,1 anos.



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