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VÔLEI
Na despedida dos símbolos da era Bernardinho, time tenta repetir dois últimos Jogos
Brasil junta os cacos para dar adeus com bronze a suas principais atletas
DOS ENVIADOS A ATENAS
A seleção feminina entra em
quadra hoje, às 12h, contra Cuba,
ainda juntando os cacos da semifinal, para tentar coroar com o
bronze um grupo montado às
pressas há menos de um ano e a
carreira de suas principais atletas.
A noite foi maldormida após a
derrota dramática para a Rússia, e
a comissão técnica iniciou pela
manhã o trabalho para tentar
reerguer o moral das atletas, principalmente das mais velhas.
Esta é a última Olimpíada de
Fernanda Venturini, 33, e Virna,
34, e muito provavelmente, de Fofão, 34. A líbero Arlene, apesar de
estreante, tem 34 anos e dificilmente estará em Pequim-2008.
"A frustração foi muito grande.
Ainda estamos tentado juntar os
cacos", disse o assistente técnico
Cacá Bizzochi, em relação aos sete
match points desperdiçados na
derrota por 3 a 2.
Ele e Paulo Coco, o outro auxiliar do time na Grécia, ajudaram o
técnico José Roberto Guimarães
na tarefa de conversar com cada
jogadora. Individualmente.
Tentaram passar a idéia de que
"o bronze agora para nós é ouro".
E contaram na empreitada com
o auxílio de parentes das atletas.
"Quero ver essa medalha", exigiu
de Virna o filho Vitor, 13.
Foi nos braços dele que a mais
experiente atacante da seleção
chorou após o revés que colocou
o time no caminho de Cuba hoje.
"A gente tem de se reestruturar
e levar uma medalha olímpica. É
obrigação", declarou Virna.
"O Brasil merece sair pelo menos com o bronze. Temos que nos
recuperar, tirar forças lá do fundo
do baú", fez coro Fernanda.
Apesar das declarações "pra cima" das atletas, Zé Roberto sabe
que será muito difícil recuperar o
ânimo do time. Ainda não saem
da cabeça os sete match points
desperdiçados na semifinal.
"A palavra que mais ouvi nos telefonemas foi fatalidade. Ninguém assimilou a derrota. Quando estamos parados, lembramos
o tempo todo. Quando treinamos
ou jogamos, a coisa muda de figura, conseguimos esquecer", disse
ele, que assumiu no fim de 2003 e
reergueu um grupo marcado por
maus resultados e brigas com o
ex-técnico Marco Aurélio Motta.
O próprio treinador vivenciou
sua teoria ontem. No último treino antes do duelo pelo bronze, fez
levantamentos e até arriscou algumas cortadas. "Eu precisava
extravasar", explicou.
Ary Graça Filho, presidente da
Confederação Brasileira de Vôlei,
também falou com as jogadoras.
Rival de hoje no Estádio da Paz e
Amizade, Cuba viu a derrota para
a China matar o sonho do quarto
título olímpico seguido.
A equipe foi desmontada há
quatro anos. Ao lado de mitos como Regla Torres e Mireya Luis, o
time também deixou no passado
a marcante rivalidade com as brasileiras. As equipes se enfrentaram nas semifinais de Atlanta-96
e de Sydney-00. Duas vitórias cubanas. Depois do primeiro duelo,
houve até briga entre as atletas.
Caso triunfe, o Brasil de Zé Roberto igualará os feitos da era Bernardinho: bronze nos EUA e na
Austrália. Nos Jogos de Barcelona-1992, o time de Wadson Lima
caiu na disputa do terceiro lugar
diante dos EUA.
(LUÍS CURRO E GUILHERME ROSEGUINI)
NA TV - Sportv 2, ESPN Brasil,
Band, Bandsports, Globo, ao
vivo, às 12h
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