São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 2006

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À la Bernardinho, Brasil chega ao hexa

Sergei Karpukhin/ Reuters
Em Moscou, o levantador Ricardinho festeja com a taça o sexto título do Brasil na Liga Mundial


Em jogo sofrido, com reservas e de virada, equipe bate a França e atinge maior seqüência de vitórias na Liga Mundial

Seleção comete muitos erros e pena para bater time com estilo "brasileiro" de jogo, mas atinge quarto título seguido do torneio


MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Partida sofrida, reservas em quadra, virada no placar e comemoração no topo do pódio.
A seleção masculina repetiu mais uma vez o script de finais com Bernardinho e conquistou o sexto título da Liga Mundial, o quarto de forma consecutiva, um recorde na competição.
Como nas últimas três decisões do torneio, o troféu só foi para as mãos do capitão após partida complicada, em que os brasileiros viraram o placar.
E como em tantas outras decisões sob o comando de Bernardinho, mais uma vez os reservas foram fundamentais.
Gustavo, Anderson e Murilo entraram no terceiro set, quando o time apanhava por 2 a 0, e mudaram a história do jogo.
Após uma hora e 56 minutos de partida em Moscou, os brasileiros fecharam em 3 sets a 2 (22/25, 23/ 25, 25/22, 25/23 e 15/13). Como prêmio, US$ 1 milhão (cerca de R$ 2,2 milhões).
"Já entramos para a história. Não é qualquer time que consegue buscar um jogo desses", afirmou o levantador Ricardinho, que pela segunda vez teve a missão de levantar a taça.
A conquista, e principalmente a forma como ela foi construída, ratificaram a posição de favorita da seleção no Mundial do Japão, em novembro.
Antes de começar a preparação para a busca pelo bicampeonato, os jogadores terão folga. Parte da delegação chega amanhã ao Rio de Janeiro.
"Esta Liga mostrou que estamos sempre aprendendo. Perdemos o primeiro jogo das finais logo de cara e, a partir daí, o título de melhores do mundo já não fazia tanta diferença em quadra. Provamos que somos determinados", disse o atacante Giba, maior pontuador da partida, com 29 pontos.
Após passar invicto por um grupo fraco na primeira etapa, a seleção foi arrasada pela Bulgária na estréia na etapa decisiva -o time não perdia havia mais de um ano, a mais longeva série invicta com Bernardinho.
Depois, sofreu para derrotar Rússia e França, que obteve seu melhor resultado em uma edição da Liga e desponta como nova força mundial.
Contra búlgaros e russos, a seleção teve problemas para enfrentar o saque forçado e a força física dos adversários.
Ontem, encarou um representante da "escola brasileira".
Com excelente esquema defensivo, jogadores habilidosos e ataques rápidos, os franceses foram um teste principalmente para a paciência dos atletas.
"Mais uma vez o grupo foi fundamental, como sempre acontece nessas situações. Vencemos muito por causa da nossa experiência neste tipo de partida", disse Bernardinho.
E especialmente por causa da opção do treinador no início do terceiro set. Ele sacou o oposto André Nascimento, o meio-de-rede André Heller -que vinham sendo destaques da seleção na Liga- e o ponta Dante. Entraram, pela ordem, Anderson, Gustavo e Murilo.
Apesar do excessivo número de erros -foram 40 do Brasil contra apenas 28 da França- e do ótimo saque francês -seis aces-, a seleção conseguiu equilibrar o jogo e levar a disputa para o tie-break.
"Foi muito sofrido, como tem sido em todos os anos", afirmou Ricardinho.
No pódio, antes de erguer a taça, o levantador foi alvo de brincadeiras do presidente da federação internacional. Rubén Acosta reclamou de ter de entregar o troféu de novo para um brasileiro.


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