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CIDA SANTOS
A vitória
EM
UM DIA em que a superação foi maior
que a inspiração, o
Brasil sofreu, venceu a França, de virada, por 3 sets a 2, e conquistou o
sexto título da Liga Mundial, o quarto seguido. A vitória teve um grande
personagem, Giba, autor de 29 pontos, e um técnico corajoso, que mudou meio time no terceiro set.
Depois de perder os dois primeiros sets para a surpreendente França, dona de um excelente fundo de
quadra, Bernardinho tirou o aposto
André Nascimento, o ponta Dante e
o central André Heller. Entraram
Anderson, Murilo e Gustavo. O time
mudou a história do jogo: acertou o
saque e o bloqueio.
Mas, afinal, o que torna o Brasil,
campeão olímpico e mundial, um time tão poderoso nos últimos cinco
anos? O diferencial é Ricardinho, levantador corajoso que dá às jogadas
uma velocidade nunca antes vista no
vôlei. Para isso, conta com Escadinha, mestre em colocar a bola certinha nas suas mãos.
Outro fator é a filosofia da eterna
insatisfação de Bernardinho. O time
não se acomoda com as glórias, sempre busca novas metas. "O Bernardo
sempre fala que não podemos ficar
satisfeitos com o que fazemos. E ele
tem razão. Temos que buscar sempre mais", diz Giba, a alma do time.
A classificação de Brasil e França
para a decisão da Liga também teve
um significado especial para os
amantes do vôlei: reforça o poder do
jogo técnico, com mais habilidade,
representado pelas duas seleções finalistas. É a vitória do vôlei bonito.
Rússia e Bulgária, que decidiram o
bronze, jogam um vôlei mais feio,
baseado na força, nas bolas altas e no
poder do saque. A Bulgária, que arrasou Brasil, Itália e Sérvia na fase
decisiva, viveu o pesadelo nas semifinais quando o saque não entrou.
Sem o fundamento, base do seu jogo,
foi eliminada pela França por 3 a 0.
A Liga merece reflexões. A federação internacional precisa acabar
com a categoria convidado para as
finais. Não tem sentido esse procedimento: quatro times classificados,
o país-sede e um convidado. A classificação, menos do país-sede, tem
que ser por merecimento técnico. A
escolha de um convidado tira a credibilidade do torneio. Cuba (22 pontos e 2 derrotas) e Polônia (21 pontos e 3 derrotas) fizeram campanha
melhor do que a Itália (19 pontos e 5
derrotas). Por que ela foi a escolhida? Até agora não se sabe o critério.
Mais: antes do anúncio oficial, o
presidente da federação italiana,
Carlo Magri, já havia divulgado que
seria a "azurra", e os jogadores já davam entrevistas como classificados.
A FIVB ainda desmentiu, mas depois confirmou a Itália. Essa história
manchou o torneio.
Para encerrar, um registro da
grande vitória da seleção feminina
sobre a China, atual campeã olímpica, por 3 a 0 e com grandes atuações
de Mari e Fofão. O Brasil agora é o
único invicto do Grand Prix. O time
está certinho e tem tudo também
para conquistar o sexto título.
CENAS DA FINAL
Giba jogou com o tradicional bigode mexicano, seu visual preferido em finais. Campeões, os brasileiros não abriram mão de mergulhar como peixinhos na quadra. A
novidade foi a caminhada em direção ao pódio imitando um trenzinho, no ritmo da bandinha local.
AS ESTRELAS
Giba foi eleito, com merecimento, o melhor jogador da Liga. Causou estranheza a escolha do melhor
levantador: o búlgaro Andrey Zhekov. Matey Kaziyski, também da
Bulgária, foi o melhor atacante.
AS ESTRELAS 2br>
André Nascimento teve o melhor
saque. Dois jogadores da França
também foram premiados: o central Montmeat (bloqueio) e o oposto Ruette, o maior pontuador.
cidasan uol.com.br
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