São Paulo, terça-feira, 28 de agosto de 2007

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sob suspeita

Clássico de risco terá teste na segurança

Policiais usarão palmtops para vigiar torcida durante São Paulo x Palmeiras

"Espero que o Ministério Público preste contas à sociedade caso aconteça algum problema", afirma o são-paulino Rogério

EDUARDO OHATA
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O goleiro Rogério, do São Paulo, reclamou. Os palmeirenses deram de ombros. Palco do duelo de amanhã, o Parque Antarctica virou o centro das atenções. E com estrutura inédita de segurança -tão inédita que será o primeiro teste.
O clássico aguardado com requintes de final regional no meio do Brasileiro verá a estréia do uso de palmtops por policiais nos estádios. Terão a opção de receber imagens em tempo real de quem causar arruaça no meio das torcidas.
Até então, o processo entre a identificação de um suspeito pelas câmeras e a ação efetiva dos policiais consumia, em média, entre 20 e 25 minutos, o que já permitiu o seu sumiço. Era ""jogo de quente ou frio", como classificou André Augusto, diretor da empresa de monitoramento Kallimage, que presta serviço ao Palmeiras.
""Se na prática, no dia do jogo, tudo der certo, isso só vai ajudar", afirmou, um pouco cético, Valdinei Arcanjo da Silva, do Batalhão de Choque da PM.
Ainda assim, a alteração do local do jogo, inicialmente marcado para o Pacaembu, gera desconfiança. O goleiro são-paulino Rogério colocou em xeque o palco do confronto.
"Espero que o Ministério Público preste contas à sociedade caso aconteça algum problema. Aqui [no Morumbi], esse jogo daria 50 mil pessoas. Lá terão 20 mil. Mas não pensam no espetáculo", afirmou o arqueiro.
O Palmeiras conversou com o promotor de Justiça Paulo de Castilho e representantes do batalhão de choque em reunião no último dia 16 para fazer valer seu desejo de atuar em casa.
Algumas medidas foram tomadas, como alteração no horário -das 20h30 para as 21h30- e o volume de ingressos. Dos 20 mil postos à venda, 2.000 são dos são-paulinos.
Um argumento palmeirense foi o de que na partida contra o Santos, no dia 19 de julho, não houve problemas de segurança.
"O Palestra é a nossa casa. A gente tem de jogar lá, assim como eles jogam no Morumbi", afirmou o volante Makelele.
Para o jogo, o número de policiais será de 180 a 200. Jogos ""normais" requerem menos da metade. ""Dentro o número está bom. Mas o efetivo também será reforçado na parte externa, pois há muito a ser feito, como a escolta das organizadas, o monitoramento de pontos críticos como o metrô etc", disse Silva.
Procurado pela reportagem, o representante do Comando de Policiamento da capital não pôde se pronunciar ontem.


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