São Paulo, terça-feira, 28 de agosto de 2007

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Jadel leva prata, e escrita se prolonga

Brasileiro põe salto triplo nacional pela 1ª vez no pódio em Mundiais, mas não ganha título inédito para país no evento

Detentor da melhor marca do ano (17,90 m), saltador desembarcou no Japão como maior favorito, só que é superado por português

Aberto Estevez/Efe
Jadel Gregório, que ficou com a medalha de prata, aterrissa em uma de suas tentativas na final do salto triplo do Mundial de Osaka


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a medalha de prata, Jadel Gregório, 26, quebrou alguns tabus ontem, na final do salto triplo do Mundial de Osaka. Não superou o maior deles: nunca o Brasil ganhou um ouro no evento, nascido em 1983.
O saltador chegou ao Japão como favorito. Em maio, no GP de Belém, bateu o recorde sul-americano com 17,90 m, superando marca que estava em poder de João do Pulo havia 32 anos. No Pan, em julho, levou o ouro em uma prova em que o país não vencia desde San Juan-79, também com João do Pulo. Ontem, porém, encontrou rival capaz de superá-lo.
Nelson Évora, 23, nascido em Cabo Verde e naturalizado português, saltou 17,74 m em sua terceira tentativa e obteve a segunda melhor marca do ano.
Évora superou em 23 centímetros o antigo recorde português, que também era dele e havia sido obtido em julho, no SuperGP de Madri (Espanha).
"Todos os que vêm aqui sonham em ser campeões do mundo. Vim com esse pensamento. Queria, em primeiro lugar, bater meu recorde pessoal. Se fizesse isso, tinha grande chance de vencer. Consegui."
Jadel só garantiu o vice-campeonato no penúltimo salto, ao atingir 17,59 m. A distância o alçaria ao topo do pódio na edição passada do Mundial. O americano Walter Davis, que defendia seu título mundial, ficou com o bronze (17,33 m).
Apesar de não subir ao topo do pódio, Jadel superou a frustração de ter ficado fora da zona de medalha nas duas últimas edições. Ele foi quinto em Paris-03 e sexto em Helsinque-05. Em Edmonton-01, em sua estréia em Mundiais, estava machucado e fez só um salto.
"Estou satisfeito com a prata. Meu terceiro salto poderia ter valido o ouro, mas foi anulado. Estou certo de que poderei repetir o pódio nos Jogos de Pequim [2008]", disse Jadel, que também buscará na China sua primeira medalha olímpica.
Se não tornou-se o primeiro brasileiro campeão mundial no atletismo, Jadel ao menos conseguiu recolocar o Brasil no mapa da modalidade. A equipe brasileira havia passado em branco na edição de 2005.
Jadel também pôs pela primeira vez o país no pódio do salto triplo em Mundiais. A prova é a que os brasileiros mais se destacaram no atletismo olímpico, com a conquista de seis medalhas (dois ouros, uma prata e três bronzes).
Para Jadel, os objetivos da temporada foram alcançados com a prata de ontem.
"Já havia dito que minhas metas neste ano eram ganhar o Pan e subir ao pódio no Mundial. Felizmente elas foram cumpridas", afirmou o atleta.
Hoje o Brasil tenta novas comendas no salto em distância, às 8h50, com Maurren Maggi e Keila Costa, e no salto com vara, às 7h30, através de Fabiana Murer. Maurren, dona da terceira melhor marca no classificatório, anteontem, é quem tem maiores possibilidades.
No salto em altura, Jessé Farias de Lima superou ontem o sarrafo a 2,29 m em sua terceira tentativa e se classificou para a final de amanhã, às 7h35.

Com agências internacionais

NA TV - Mundial de atletismo Sportv 2, ao vivo, a partir das 7h30


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