São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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Após redenção, Mari se diz pronta para liderar

Ponteira, que sofreu com cobranças por derrotas, não descarta posto de capitã

Atleta fala que, em Atenas, considerava-se muito nova, mas, em Pequim, sentiu-se pronta para chamar toda a responsabilidade para si


DA REPORTAGEM LOCAL

A saída da capitão Fofão, que anunciou aposentadoria da seleção brasileira feminina de vôlei, representará um momento de renovação na equipe. Para a ponteira Mari, no entanto, a despedida da levantadora que contabiliza 17 anos de seleção poderá representar mais.
Após sua segunda Olimpíada, onde, enfim, superou o drama da medalha perdida em Atenas-2004, a atleta poderá se impor como peça fundamental do grupo. Isso porque Mari admite estar pronta para assumir o papel de líder, se for preciso.
"Na Olimpíada, nos momentos em que achei que devia, chamei a responsabilidade para mim, porque estava pronta para isso. Em Atenas, eu era muito nova e inexperiente, estava lá naquela de ajudar", disse.
Em seguida, acrescentou: "Vamos ver como a equipe ficará após a saída da Fofão, quem irá desenvolver o espírito de liderança na equipe. Eu me sinto preparada para encarar os novos desafios, mas, se eu herdar apenas a camisa 7 dela, com a qual gosto bastante de jogar, já estarei bem feliz".
No retorno ao Brasil, a atleta evitou polemizar o gesto de silêncio que fez logo após o Brasil derrotar a equipe dos EUA na final olímpica. Afirmou que foi apenas um desabafo. E, repetindo as palavras do técnico José Roberto Guimarães, disse que "era horrível conviver com aquela fama de amarelona".
A derrota na semifinal em Atenas-2004, para a Rússia, por 3 sets a 2, foi apenas um dos momentos que Mari, 25, dividiu com o treinador que a colocou no rumo da seleção e traçou parte do seu caminho desde a profissionalização até o ouro na Olimpíada de Pequim.
Ainda em 2003, no time do Osasco, onde atuava como oposta, já era comandada por Zé Roberto, que lhe deu a chance de disputar diversas partidas do Campeonato Paulista.
Mari "apareceu" e garantiu a titularidade para a Superliga, principal competição nacional do vôlei. Substituindo Paula Pequeno, que havia se machucado, ela não só correspondeu às expectativas como também ajudou a equipe a ser campeã -de quebra, arrebatou o título de revelação do torneio.
Após um período complicado na carreira, devido à cirurgia no ombro direito à que se submeteu, Mari voltou a atuar com Zé Roberto, em 2006. Neste ano, ganharam o Grand Prix e foram vice-campeões mundiais.
Em 2007, a "parceria" sofreu um abalo no Pan do Rio, quando o Brasil, mais uma vez, deixou escapar a medalha de ouro na partida decisiva. "Foi o pior momento da equipe. A caminhada de 2007 até Pequim contou com muita pressão", disse, ontem, o técnico.
Após a derrota no Pan, Mari foi cortada da seleção brasileira. Entretanto ela não se distanciou de Zé Roberto, já que continuava sob suas ordens no time italiano Pesaro.
Em 2008, a atleta foi reintegrada à seleção. Segundo Zé Roberto, "pelo rendimento na posição e pela maturidade". Antes do ouro olímpico, conquistou o hepta do Grand Prix. No torneio, foi eleita melhor a jogadora.
(GIULLIANA BIANCONI)



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