São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2007

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enfim

Seleção brilha e humilha americanas

Após fazer rivais perderem cabeça e invencibilidade de 51 jogos, time feminino jogará final de um Mundial pela 1ª vez

Brasil 4
EUA 0


Srdjan Suki/Efe
Elaine, Marta e Cristiane comemoram gol nos EUA

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil nunca fez tão bonito. Os Estados Unidos, maior potência do futebol feminino, nunca fizeram tão feio.
Com uma goleada de 4 a 0 nas semifinais da edição da China, as brasileiras vão disputar a final de um Mundial, que está na sua quinta edição, pela primeira vez. O adversário será a Alemanha, domingo, às 9h (de Brasília), em Xangai.
O Brasil é o único time com 100% de aproveitamento na competição. Tem a artilheira, Marta, com sete gols, sendo que dois, belíssimos, anotados ontem. As comandadas do técnico Jorge Barcellos golearam, além das americanas (duas vezes campeãs do mundo e atuais campeãs olímpicas), a anfitriã China, vice-campeã em 1999.
"Para o Brasil foi uma vitória perfeita. Parabenizo minhas jogadoras não só por suas performances, mas pelo forte desejo de vitória delas. Você pode ver isso no jogo agressivo do time", disse Barcellos, um estreante em Mundiais, ao site da Fifa, entidade máxima do futebol.
Mesmo depois de ver Marta fechar o placar depois de uma arrancada que começou com uma espécie de "drible da vaca" feito de costas, o treinador fez uma defesa enfática do futebol de resultados. "Para mim é mais importante vencer do que o futebol bonito", declarou.
A demolidora atuação brasileira, que venceu o time principal americano apenas pela segunda vez em 21 duelos (no Pan do Rio bateu um time universitário na disputa pela medalha de ouro), tornou o jogo de ontem uma espécie de "Maracanazo" (a trágica derrota do Brasil para o Uruguai na Copa do Mundo masculina, em 1950), para as norte-americanas, que não perdiam com sua equipe principal havia 51 partidas.
Famoso pela frieza, o time perdeu a cabeça. Foram três amarelos e um vermelho, mais do que em qualquer dos 28 jogos que os EUA já haviam feito por Mundiais. Na edição de 1999, o time entrou em campo seis vezes e recebeu só dois amarelos (nenhum vermelho).
Nunca os Estados Unidos haviam levado quatro gols numa partida pela maior competição da bola entre as mulheres. A diferença no placar também foi a maior da história da equipe, que acumulava cinco triunfos em cinco confrontos por torneios mundiais contra o Brasil (o último na final da Olimpíada de Atenas, em 2004)
"Estou orgulhoso das minhas garotas. Que não esqueçam tinham uma invencibilidade de 51 jogos até hoje", disse Greg Ryan, o técnico americano, que viu sua escolha de trocar Solo por Scurry no gol ser um fracasso -a veterana falhou no segundo gol brasileiro.


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