São Paulo, segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Uma jogada vai ser pouco

RONALDO perdeu o gol da vitória por um triz -ou 1 kg... E no lance seguinte, Hernanes tentou pela oitava vez a jogada que mais deu errado no clássico.
Na meia direita, o camisa 10 cortava para o pé esquerdo e cruzava para o meio da área. A bola passou sobre a cabeça de Borges, de Dagoberto, de Jorge Wagner... Mas Hernanes começou a ter mais espaço, no segundo tempo, à medida em que Richarlyson subia ao ataque, sem marcação. Então, Mano Menezes escalou Moradei como volante e adiantou Jucilei, para bloquear o espaço por onde passava Richarlyson. No gol perdido por Ronaldo, Richarlyson se machucou. A entrada de Marlos mudou o posicionamento dos meias do São Paulo na hora em que Hernanes fez o passe certo para Washington.
O clássico mostrou o São Paulo de uma jogada só contra o Corinthians do exagero defensivo. No caso corintiano, justifica-se. A lista de desfalques fez com que defender fosse a melhor estratégia. Isso significava definir, um a um, quem marcaria quem.
Jorge Henrique não parou nem por um segundo a caça a Junior César, Jucilei encostou em Jorge Wagner, Marcelo Mattos marcou Hernanes, Marcinho acompanhou Jean, Alessandro ajudou Paulo André e William a pegar Dagoberto e Borges. O resultado: 52% de posse de bola são-paulina. Domínio estéril.
Só Defederico, no segundo tempo, descuidava do homem a quem deveria acompanhar: Richarlyson. Nos treinos de Itu, há três semanas, Mano Menezes colocou o argentino no meio e deixou-o livre para se mexer. "Naturalmente, ele sai do meio para o lado direito", percebeu Mano. A sequência de treinos permitiu que fosse escalado no lugar em que Douglas atuava. Sua característica, no entanto, é diferente. Aos 13min, sua primeira boa jogada ocorreu pelo lado do campo. Aos poucos, deixou de preencher o meio. Mesmo assim, o Corinthians conseguia bloquear.
Nesse cenário, o São Paulo ia cercar a grande área, insistir nos cruzamentos, perder para seus próprios erros, certo? Errado. Hernanes levantou oito bolas para a área. Sabe quantas acertou? Uma. A do gol de Washington.
Uma jogada que serviu para empatar o clássico. Talvez não para ganhar o campeonato.

O GRÊMIO NÃO VAI
O que melhorou no Grêmio, contra o Náutico, nos Aflitos foi o número de desarmes, 23. No Serra Dourada, o time gaúcho roubou apenas 14 bolas. Um time que não marca deixa o adversário jogar. E, sem somar pontos como visitante, o destino do Grêmio parece ser mesmo o bloco do meio.

SEM CRAQUES
O Brasil estreou no Mundial sub-20 com bom futebol. Os destaques foram Douglas, Giuliano e Alex Teixeira. É um time de bons jogadores, mas sem craques. Era também a receita do último título. Dos titulares de 2003, apenas Daniel Alves e Nilmar dão pinta de que vão à Copa do Mundo de 2010.

COMO É QUE SAI?
A rodada foi toda verde, mas uma constatação é necessária. Era óbvio que o Atlético-PR marcaria Diego Souza com Valencia, seu principal volante. E que o meia palmeirense teria dificuldade para jogar. Era preciso ter mais alternativa de jogo pelo lado do campo e mais movimentação de um outro meia, fosse Deyvid Sacconi, Williams e ou até mesmo Souza. Como faltou isso, o Palmeiras só teve os lançamentos longos durante o jogo de anteontem.

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