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Obama é trunfo de Chicago na luta para abafar crise
Candidatura americana acredita que a organização dos Jogos Olímpicos possa minimizar problemas econômicos
Ainda sem a confirmação da presença do presidente no dia da eleição, cidade espera contar com o apoio privado para investir US$ 4,8 bilhões
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
Não são apenas as candidaturas do Rio, de Tóquio e de Madri que Chicago terá que enfrentar na eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional)
nesta sexta, em Copenhague,
para receber os Jogos de 2016.
Donos do maior poderio financeiro no mundo, os EUA lutam contra a desconfiança
oriunda da maior crise econômica dos últimos 60 anos.
A aposta da candidatura norte-americana é no investimento da iniciativa privada e na recuperação do mercado nos próximos anos. Chicago já foi a
única candidata que não dependeu de verba governamental no período de campanha política pela Olimpíada de 2016.
O projeto americano está orçado em US$ 4,8 bilhões, que
serão bancados por verba privada. No entanto o programa
apresenta ainda garantias do
governo de Chicago, que será
responsável pela cobertura de
eventual rombo que não possa
ser sanado pela organização.
Curiosamente, esse suporte
político é um dos principais
pontos da campanha bancada
pela iniciativa privada.
A implantação de um "escritório olímpico" dentro da Casa
Branca, por exemplo, tornou-se alvo de bastante elogios no
relatório expedido pelo COI.
"Finalmente, temos um
grande alinhamento com o governo. Nunca um presidente foi
tão pessoalmente envolvido em
uma campanha de candidatura
olímpica, ou tão comprometido
com o sucesso dos Jogos. Recebemos ainda o voto unânime
do Conselho Municipal de Chicago [no início de setembro]
para oferecer todas as garantias
financeiras", ressaltou Patrick
Ryan, presidente da campanha.
A presença em Copenhague
do presidente norte-americano, Barack Obama, no entanto,
ainda não está confirmada.
A viagem depende de que seja amenizada a pressão sobre o
plano para reforma do sistema
de saúde nos EUA.
O mandatário chegou a afirmar que não iria à Europa e
mandaria apenas a primeira-dama, Michelle Obama. Agora,
para aumentar o lobby americano, o presidente acenou com
a possibilidade de comparecer.
Baseado em uma forte estratégia de marketing, o programa
americano espera angariar fundos também com o turismo, a
venda de produtos autorizados
e os bilhetes para os eventos.
Em média, a organização
pretende oferecer ingressos
com preços inferiores a US$ 50,
proposta considerada possível
pelo comitê olímpico.
A campanha americana ainda faz diversas propostas ecológicas, como a redução de emissão de poluentes e o aumento
das áreas verdes até a realização dos Jogos. O fato, entretanto, de os EUA não assinarem o
Protocolo de Quioto é lembrado pela comissão do COI.
Sob o olhar desconfiado do
comitê olímpico, Chicago pretende organizar a Olimpíada
centralizada, com quase todas
as competições sendo disputadas no centro da cidade.
De acordo com o plano americano, 22 locais de competição
estarão concentrados em um
raio de oito quilômetros, o que
permitiria o gasto de no máximo 30 minutos para se deslocar
de uma sede a outra.
"A maioria dos locais de competições será no coração da metrópole, nos parques na costa
do lago Michigan. Chicago produzirá uma extraordinária experiência aos Jogos, para atletas e para os espectadores, com
um cenário espetacular no centro da cidade", disse Ryan.
Porém o trânsito caótico de
Chicago -uma das maiores cidades dos EUA- assusta. A necessidade de aperfeiçoar o
transporte público é um dos
pontos fracos do projeto.
Chicago também é inova em
relação ao número de instalações provisórias. A cidade americana pretende lançar mão de
nove locais temporários para a
disputa dos Jogos, o que diminuiria os custos da organização.
"O plano é baseado nas recomendações do COI, que solicita
a utilização de espaços temporários quando as necessidades
da comunidade não justificam
a construção de novos locais de
disputa", explicou Ryan.
Com agências internacionais
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