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Por atraso na prestação de contas, TCU ameaça COB
Tribunal cobra justificativa de despesas do Rio-16, que estão no ministério
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO
Não foi entregue parte das
prestação de contas obrigatória da campanha do Rio-2016, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União). Por
isso, uma decisão do órgão
ameaça impedir o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) de
receber verbas públicas.
O comitê alegou já ter enviado toda a documentação
ao Ministério do Esporte
-apresentou números de
protocolos como prova. A
pasta confirmou que recebeu
os dados do COB. Mas diz que
cumpre as "formalidades"
na "análise" dos dados.
Pelos protocolos apresentados pelo COB, as últimas
informações foram enviadas
pelo comitê em 23 de agosto
ao ministério. Mas alguns
dados requisitados pelo tribunal foram mandados ao
governo em abril deste ano
-há mais de cinco meses.
Sem receber a documentação, o TCU considera cinco
convênios -que totalizam
R$ 12,7 milhões- firmados
entre o COB e o ministério como contas pendentes. Alguns dos programas foram
concluídos no ano passado.
Por isso, o tribunal exige
que, se as informações não
forem enviadas em 15 dias, o
ministério torne o COB inadimplente nos convênios. O
prazo começou a contar na
última sexta-feira, quando
foi publicada a decisão.
Pela lei federal, isso significa que a entidade não poderá mais firmar acordos para
receber repasses públicos. A
maior parte do esporte olímpico nacional é sustentado
pelos cofres do governo.
Ou seja, se o ministério
não entregar a documentação a tempo, todo o projeto
de potência olímpica brasileira pode ser comprometido.
As despesas não explicadas pelo comitê olímpico, segundo o TCU, são: contratação de serviços de consultoria para relacionamento
internacional; itens para produzir o dossiê de candidatura; apoio operacional à campanha; hospedagens e passagens para realizar a Casa
Brasil (promoção do país no
exterior); e gastos com tradução, correspondência, passagens e hospedagens.
Esses não são os únicos
questionamentos do TCU em
relação à campanha olímpica. Outros 11 convênios firmados pelo COB com o ministério estão sob a mira do
órgão. Eles totalizam R$ 44,7
milhões em recursos públicos dados à entidade.
O tribunal exige que a pasta do governo "pronuncie-se
conclusivamente quanto aos
aspectos técnicos e financeiros" desses programas. O
prazo é de 60 dias.
O TCU ainda pediu que o
ministério explique se funcionários do comitê organizador, pagos por dinheiro
público, estavam atuando
somente na campanha olímpica, sem outras funções.
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