São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Scolari manda, e até presidente fica calado

PALMEIRAS
Treinador impõe lei da mordaça no clube, e cartola, único a falar, diz que momento é de 'reflexão'


LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

"É reflexão, pô."
A frase é do vice de futebol do Palmeiras, Roberto Frizzo. Ontem, o cartola foi o único a falar antes, durante e depois do treino do Palmeiras.
Logo no início da atividade, a assessoria de imprensa do clube repassou as ordens de Luiz Felipe Scolari: ninguém fala, nem mesmo em entrevistas coletivas oficiais, até pelo menos sexta-feira.
O presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone, parece ter absorvido as ordens do treinador e se calou ao visitar o CT após o anúncio da mordaça.
Depois do empate de domingo, contra o Atlético-GO, com dois homens a mais em campo, Scolari voltou a detonar seu elenco. O atacante Kleber fez o mesmo: criticou o time, foi repreendido por Deola por expor os problemas alviverdes e irritou a todos.
As declarações do jogador foram apontadas como o motivo principal da mordaça imposta ontem por Scolari.
Nem o próprio técnico, segundo a assessoria, concederá sua tradicional entrevista coletiva de sexta. E quem poderá falar em nome do clube, segundo o comunicado verbal, será apenas Frizzo.
"Quando se está com problemas, o melhor a fazer é se calar para refletir", disse o cartola, desafeto declarado do treinador gaúcho, enquanto chegava ao CT ao lado do presidente do Palmeiras.
E isso foi quase tudo o que ele disse. Com Frizzo, Tirone chegou e entrou no gramado. Não falou com a imprensa. E conversou com Scolari e Frizzo por mais de 20 minutos.
Depois da reunião de cúpula, os dois dirigentes foram novamente cercados pela imprensa. "Todas as decisões são tomadas em conjunto. É reflexão, pô", declarou Frizzo, enquanto Tirone sorria amarelo. "Não vou falar."
Em meio à polêmica da mordaça, pouco se falou sobre a volta de Valdivia aos treinos com bola após se recuperar de lesão. O meia deve ser titular ante o América, sábado, no Canindé. O Palmeiras tem 38 pontos e está em oitavo lugar no Nacional.
Na saída, o jogador chileno ironizou ao falar das ordens de silêncio. "Lei do silêncio? Quem mandou?", disse, sorrindo. "Ah, é o chefe, né", afirmou, ao saber que a ordem partiu de Scolari.


Texto Anterior: Tostão: Jogo de negócios
Próximo Texto: São Paulo: Torcida enfrenta fila e compra mais de 48 mil ingressos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.