São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

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Rogério, 700, deixa de lado homenagem

DA REPORTAGEM LOCAL

Setecentos jogos por um mesmo clube ao longo de 16 anos. A marca, a ser completada hoje, é mais uma entre os números fabulosos da carreira de Rogério, goleiro, capitão e ídolo são-paulino.
O capitão tricolor já era o recordista de atuações pelo São Paulo, acostumado à fama de "fominha" e conhecido por deixar os goleiros reservas mofarem no banco por meses sem mostrar serviço no gol do Morumbi.
Por isso, o número redondo não é uma façanha que o emocione. Ao contrário de toda a excitação dos jornalistas em torno do assunto, o goleiro exibiu bastante frieza ao analisar a marca.
"É uma marca importante para o futuro, mas no presente o mais importante é o resultado contra o Figueirense", afirma Rogério, que estreou no gol tricolor em 1993, na goleada por 4 a 1 sobre o Tenerife, em torneio amistoso na Espanha.
Falando à imprensa com uma camisa branca que exibia os números 92, 93 e 05 -referentes aos anos dos Campeonatos Mundiais do clube-, o goleiro manteve o discurso modesto de que a marca individual nada valerá caso a meta coletiva -o título do Brasileiro- não seja alcançada neste ano.
"Penso jogo a jogo. Marcas você não comemora hoje. Depois que eu parar ela fica como herança, para os meus filhos, para os torcedores, mas momentaneamente o importante são os títulos."
Exceção num cenário de transferências-relâmpago, o goleiro não tenta ser um exemplo a ser seguido.
Para ele, "cada um constrói sua história, e todos têm direito de escolher o melhor para si", seja ficando muitos anos em um clube ou defendendo várias agremiações.
"Para o torcedor é legal, porque cria uma identificação. Hoje em dia é muito difícil o jogador passar dois, três anos num clube. Mas me sinto um jogador como outro qualquer", disse o camisa 1.
A frieza, diz ele, vem da necessidade de encarar o futebol de forma profissional. "Futebol é emocional para quem assiste. Para quem vive, só nos 90 minutos."
Segundo Rogério, não haverá nenhuma espécie de homenagem ou camisa especial à espera dele no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis. "Pelo menos eu não estou sabendo de nada."
Normalmente, o apelo em relação ao torcedor do São Paulo motiva o departamento de marketing e a fornecedora de material esportivo do clube, atualmente a Reebok, a bolar kits especiais a cada marca quebrada.
Focado no rival de hoje, o goleiro ressalta a necessidade de derrotar a equipe catarinense. Segundo ele, mesmo sendo uma partida fora de casa, o empate já não é um bom resultado depois das vitórias de anteontem de Grêmio e Internacional, seus perseguidores gaúchos.
"Será um jogo muito difícil, mas vamos com tudo para sair de lá com uma vitória. É de fundamental importância", concluiu.0 (MDA)


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