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Rogério, 700, deixa de lado homenagem
DA REPORTAGEM LOCAL
Setecentos jogos por um
mesmo clube ao longo de 16
anos. A marca, a ser completada hoje, é mais uma entre
os números fabulosos da carreira de Rogério, goleiro, capitão e ídolo são-paulino.
O capitão tricolor já era o
recordista de atuações pelo
São Paulo, acostumado à fama de "fominha" e conhecido por deixar os goleiros reservas mofarem no banco
por meses sem mostrar serviço no gol do Morumbi.
Por isso, o número redondo não é uma façanha que o
emocione. Ao contrário de
toda a excitação dos jornalistas em torno do assunto, o
goleiro exibiu bastante frieza
ao analisar a marca.
"É uma marca importante
para o futuro, mas no presente o mais importante é o
resultado contra o Figueirense", afirma Rogério, que
estreou no gol tricolor em
1993, na goleada por 4 a 1 sobre o Tenerife, em torneio
amistoso na Espanha.
Falando à imprensa com
uma camisa branca que exibia os números 92, 93 e 05
-referentes aos anos dos
Campeonatos Mundiais do
clube-, o goleiro manteve o
discurso modesto de que a
marca individual nada valerá
caso a meta coletiva -o título do Brasileiro- não seja alcançada neste ano.
"Penso jogo a jogo. Marcas
você não comemora hoje.
Depois que eu parar ela fica
como herança, para os meus
filhos, para os torcedores,
mas momentaneamente o
importante são os títulos."
Exceção num cenário de
transferências-relâmpago, o
goleiro não tenta ser um
exemplo a ser seguido.
Para ele, "cada um constrói sua história, e todos têm
direito de escolher o melhor
para si", seja ficando muitos
anos em um clube ou defendendo várias agremiações.
"Para o torcedor é legal,
porque cria uma identificação. Hoje em dia é muito difícil o jogador passar dois, três
anos num clube. Mas me sinto um jogador como outro
qualquer", disse o camisa 1.
A frieza, diz ele, vem da necessidade de encarar o futebol de forma profissional.
"Futebol é emocional para
quem assiste. Para quem vive, só nos 90 minutos."
Segundo Rogério, não haverá nenhuma espécie de homenagem ou camisa especial
à espera dele no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis. "Pelo menos eu não estou sabendo de nada."
Normalmente, o apelo em
relação ao torcedor do São
Paulo motiva o departamento de marketing e a fornecedora de material esportivo
do clube, atualmente a Reebok, a bolar kits especiais a
cada marca quebrada.
Focado no rival de hoje, o
goleiro ressalta a necessidade de derrotar a equipe catarinense. Segundo ele, mesmo
sendo uma partida fora de
casa, o empate já não é um
bom resultado depois das vitórias de anteontem de Grêmio e Internacional, seus
perseguidores gaúchos.
"Será um jogo muito difícil, mas vamos com tudo para
sair de lá com uma vitória. É
de fundamental importância", concluiu.0
(MDA)
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