São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NBA abre jornada e tenta driblar a crise nos EUA

Liga tem queda na procura por entradas e demite às vésperas de início de torneio

Em temporada que promete ser competitiva, Boston e LA Lakers, finalistas do último campeonato, despontam como favoritos ao título


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com três partidas e tentando diminuir os efeitos da crise que assola os EUA, a NBA joga bola ao alto hoje para o início da temporada. O destaque da rodada inicial é o confronto entre Boston, atual campeão, e Cleveland, finalista em 2006/07.
"Não esperamos ter um grande impacto [da crise norte-americana], mas me atreveria a dizer que haverá algum impacto", minimiza David Stern, principal dirigente da liga.
O dirigente admitiu, porém, que a procura por ingressos neste início de temporada foi menor do que a do ano passado.
Por conta desses fatores e para se adequar à nova situação, Stern anunciou, há alguns dias, o enxugamento de 9% do número de funcionários da liga -houve o corte de 80 vagas.
"Há alguns meses, já acreditávamos que a economia passaria por um período de turbulências. Assim, começamos a apertar o cinto", contou ele.
Outra das medidas práticas tomadas foi a redução da pré-temporada internacional.
O tour deste ano foi menos badalado, com quatro partidas em quatro cidades européias, com a participação de Miami, New Jersey, Washington e New Orleans. Em 2007, houve sete confrontos em seis cidades. A expectativa, diante do sucesso alcançado, era que a iniciativa fosse ampliada.
Um litígio de fundo econômico também fez mais uma franquia mudar de endereço. O Seattle Supersonics foi extinto, sendo substituído pelo Oklahoma City Thunder, que faz sua estréia nesta temporada.
A equipe morou 41 anos em Seattle e, neste período, ganhou o título em 1979. Com um elenco modesto, no qual se destaca Kevin Durant, melhor novato em 2007/08, o objetivo é escapar das últimas posições.
Se sofreu transferência de franquias, a NBA também teve que aceitar, pela primeira vez, a fuga de talentos para a Europa.
De olho em contratos mais vantajosos no velho continente, o torneio perdeu nomes como Jorge Garbajosa e Carlos Delfino (ex-Toronto), Carlos Arroyo (ex-Orlando), Josh Childress (ex-Atlanta) e Juan Carlos Navarro (ex-Memphis).
Não bastasse isso, o brasileiro Tiago Splitter abriu mão de integrar o San Antonio, vice-campeão do Oeste, para seguir no basquete espanhol.
Entre os que ficaram, no duelo de forças da liga, Boston e LA Lakers, os últimos finalistas, surgem como favoritos.
O Boston conservou seu "big trio" Paul Pierce, Ray Allen e Kevin Garnett. Em compensação, perdeu reservas importantes, fundamentais na conquista do título da última temporada.
O ala-pivô P.J. Brown se aposentou. Já o ala James Posey se transferiu para o New Orleans.
Já o LA Lakers manteve a base do ano passado e ganhou o reforço do grandalhão Andrew Bynum (2,16 m), que volta ao garrafão da equipe após se recuperar de cirurgia no joelho.
Com Kobe Bryant, MVP (melhor jogador) do último torneio, e Pau Gasol, mais adequado ao sistema de jogo do técnico Phil Jackson, o time se credencia ao título. "Somos favoritos por termos todas as peças do quebra-cabeça. Só precisamos montá-lo", diz Kobe.
Em uma temporada que promete ser competitiva, San Antonio, Houston, New Orleans, Phoenix, Detroit e Cleveland são capazes de surpreender.


Texto Anterior: Humilde: Chefe não se vê como Abramovich
Próximo Texto: Brasil: Jogadores do país buscam recuperar espaço perdido na liga
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.