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Apagão defensivo aflige o São Paulo
Dono da melhor defesa do Brasileiro admite falhas em jogadas de bola parada após sofrer 11 gols nos últimos sete jogos
Contra o Internacional, no Morumbi, em jogo que vale a liderança, equipe jogará sem o goleiro Rogério, que será substituído por Bosco
CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo, que hoje à noite
enfrenta o Internacional, no
Morumbi, é o time menos vazado do Brasileiro. Mas, se depender do desempenho de sua zaga
nos últimos jogos, o aposto de
melhor defesa está a perigo.
Dos 34 gols tomados pela
equipe são-paulina nas 31 rodadas já jogadas deste Nacional,
11 aconteceram somente nas
últimas sete partidas.
Ou seja: o São Paulo, na busca
do quarto título consecutivo,
sofreu quase um terço dos gols
nas últimas cinco semanas, justamente quando o clube voltou
a oscilar no campeonato.
Tanto que a média de tentos
sofridos pelo time tricolor no
Brasileiro é de 1,09 gol por confronto. Mas, se o índice for calculado só a partir dos últimos
sete jogos, sobe para 1,57 tento
por duelo -aumento de 44%.
Por isso, os três gols santistas
no clássico de domingo, na Vila
Belmiro, ligaram o sinal de
alerta no CT da Barra Funda.
E encobriram até as reclamações em torno da falta de eficácia do ataque são-paulino, setor
mais deficiente do time. A equipe tricolor tem apenas o 11º ataque mais positivo do Nacional.
"Gols de bola parada são resultado de falha defensiva, e
não de mérito do atacante.
Uma zaga alta como a nossa
não pode levar tantos gols de
cabeça", falou André Dias.
Nos últimos quatro jogos, o
time expôs deficiências pouco
vistas até então. Mesmo com
três zagueiros de boa estatura
-Renato Silva (1,83 m), André
Dias (1,84 m) e Miranda (1,85
m)- e a ajuda de Washington
(1,90 m) na defesa em lances de
bola parada, o São Paulo vem
sofrendo com o "caos aéreo".
O primeiro sinal disso ocorreu no jogo contra o Coritiba,
quando um gol olímpico de
Marcelinho Paraíba selou o 2 a
2 em pleno Morumbi.
No jogo seguinte, um gol de
Diego Tardelli, no começo de
São Paulo x Atlético-MG, adveio da inércia coletiva da zaga,
que não alcançou a bola em
uma cobrança de falta na área.
Por fim, os três gols marcados pelo Santos no fim de semana aconteceram depois de
dois escanteios e de um cruzamento na área são-paulina.
Ricardo Gomes teve só dois
dias para tentar corrigir os erros defensivos para o duelo
contra o Inter, que, como o São
Paulo, soma 52 pontos. Quem
vencer hoje dorme líder do Brasileiro, já que Palmeiras e Atlético-MG só jogam amanhã.
"Mostrei imagens e depois fiz
dez ou 15 minutos de trabalho
dentro do campo. É pouco. Não
vai dar para corrigir tudo, mas
espero melhorar um pouco o
aproveitamento na bola parada
defensiva", disse o treinador.
O técnico terá mais um motivo para preocupação hoje. O time estará sem zagueiros no
banco. Rodrigo sofreu uma fratura na mão direita e ficará longe da equipe por um mês.
Caso queira substituir um de
seus beques titulares, Ricardo
Gomes terá que apelar para as
improvisações -Zé Luis e Richarlyson já atuaram como zagueiros neste campeonato.
No gol, Bosco venceu a disputa com Denis e será o substituto
de Rogério, que está suspenso.
"Conta o momento e a qualidade. O Bosco teve uma boa
atuação contra o Corinthians e
uma excelente atuação contra o
Náutico", declarou o treinador.
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