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Um improvável homem de ferro
Franzino e num clube cheio de contusões, meia Conca pode ser o 2º jogador de linha a disputar todos os jogos de um Brasileiro nos pontos corridos
DE SÃO PAULO
O corpo é frágil e tratado
num clube em que o departamento médico vive em crise.
Mas o argentino Conca, 27
anos e apenas 58 kg, está próximo de fazer história em termos de resistência no Campeonato Brasileiro, indo na
contramão da fama do futebol carioca, muitas vezes injusta, de pátria dos "chinelinhos", atletas que manobram de diferentes maneiras
para ficar fora da equipe.
O meia disputou todos os
31 jogos do Fluminense até
agora -hoje faz o 32º, quando o time carioca, que começou a rodada na liderança,
recebe o Grêmio.
Se conseguir entrar em
campo nas seis rodadas restantes, será o segundo jogador de linha a participar de
100% das partidas no Nacional com o sistema de pontos
corridos -o outro foi o atacante Wagner, na edição de
estreia da regra, em 2003.
Desde então só goleiros,
menos expostos a lesões e
cartões, conseguiram atravessar um Brasileiro inteiro
sem desfalcar seus clubes
-agora, fazem companhia a
Conca justamente dois camisas 1, o são-paulino Rogério e
o vascaíno Fernando Prass.
De acordo com o Datafolha, sete goleiros, sendo que
Harlei, do Goiás, conseguiu
fazer isso por três vezes, disputaram Nacionais inteiros.
Se resistir até a última rodada, a façanha de Conca
exibirá contornos épicos.
A começar por seu próprio
histórico de contusões -no
ano passado, já pelo Fluminense, o argentino jogou em
apenas 18 das 38 rodadas.
E também pelo estilo de jogo apresentado pelo meia.
Habilidoso, ele insiste nos
dribles, e muitas vezes é parado com violência
O meia, pelo menos até
agora, também conseguiu
escapar do conturbado e
contestado departamento
médico do Fluminense.
Vários jogadores, como
Belletti, Emerson, Deco e
Fred, passaram ou passam
por longos períodos de tratamento. A demora na recuperação até criou crise.
Em setembro, Fred disse
que descobriu uma lesão na
panturrilha após exame feito
por conta própria. E acusou o
médico Michel Simoni de liberá-lo para jogar sem que
ele estivesse curado. Simoni
acabou pedindo demissão,
em episódio nada bom para
um clube que é patrocinado
por uma empresa de assistência médica (Unimed).
"Não há segredo [para sua
resistência no Brasileiro-
-2010], apenas trabalho. E eu
tive a sorte de não me machucar. Preciso agradecer a toda
comissão técnica pelo excelente trabalho", declarou o
tímido meio-campista argentino, em rara entrevista.
Conca, que vem jogando
pendurado com dois cartões
amarelos, revelou na mesma
entrevista que enfrenta um
problema no joelho, mas que
isso só será tratado ao fim do
Campeonato Brasileiro.
"Todos sentem dor, todo
mundo entra em campo assim, mas temos 90 minutos
do jogo para esquecermos os
problemas pessoais. Estou
com esta lesão no joelho,
mas não está me atrapalhando. Vou ser submetido a uma
cirurgia, mas tenho de jogar
bem até o fim da competição", disse o argentino.
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