São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2011

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Seleção feminina sofre com desunião

GINÁSTICA Atleta diz que colegas 'falam pelas costas', e recriação de time permanente não tem apoio unânime

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A GUADALAJARA

A seleção feminina de ginástica expôs ontem, ainda mais, sua divisão interna no Pan de Guadalajara.
Quarta colocada no salto, Adrian Nunes reclamou que a equipe é desunida. Disse que as ginastas "falam umas pelas costas das outras".
Segundo ela, houve reunião dois dias antes do Pan para lavar a roupa suja, mas as coisas não se resolveram.
"Elas me passaram os problemas que sentiam. Eu falei com os treinadores, eles fizeram uma reunião com elas, passei algo para o comitê olímpico e, a partir daí, acho que melhorou um pouco o clima", disse Leonardo Finco, chefe da equipe no Pan.
"Mas acredito que isso se deve ao estresse das competições [disputaram Pan e Mundial em menos de um mês]", declarou. "[Elas passaram] muito tempo juntas, o que acabou levando a atritos entre elas. Coisas de seleção feminina", disse Finco.
Uma das principais discordâncias na equipe é sobre a necessidade de recriação de uma seleção permanente. Foi com as ginastas em Curitiba, sob a batuta do ucraniano Oleg Ostapenko, que a ginástica feminina do país atingiu seu auge.
Mas várias atletas, como Jade Barbosa e Daniele Hypólito, reclamavam da reclusão.
A equipe acabou, e, hoje, cada ginasta treina em seu clube. Reúnem-se para treinos e antes de competições.
Oleg voltou ao país neste ano para treinar em Curitiba as atletas da federação paranaense, comandada pela ex-cúpula da confederação brasileira. Algumas ginastas querem trabalhar com ele.
A confederação estuda o retorno do sistema. O masculino deve ter uma equipe permanente, no Rio de Janeiro, já antes de Londres-2012.
"O sistema [do feminino] quem vai decidir é a professora Georgette [Vidor, coordenadora da confederação]. Se houver divergências sobre o sistema de trabalho, tenho certeza de que vão conversar e superar", afirmou Finco.
"Ninguém pensa igual. Não concordo com a seleção. Não abro mão de treinar com pessoas que me fizeram voltar a treinar e competir", disse Daniele, sétima colocada no salto no Pan mexicano.
A atleta já havia mostrado sua insatisfação anteontem com o fato de Daiane dos Santos, Gabriela Soares e Priscila Cibello terem voltado ao Brasil antes do fim do Pan.
As intrigas do feminino contrastam com a união mostrada pelo time masculino, que ganhou o inédito ouro. "São meninos bacanas, simples, do bem. Essa união está fazendo toda a diferença", disse Diego Hypólito, 25, o mais experiente da equipe.


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