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FUTEBOL
Técnico Paulo César Carpegiani evita divulgar equipe para não dar subsídios para corintianos
São Paulo inspira-se na "garra" do rival
ALEXANDRE GIMENEZ
da Reportagem Local
Os termos ""garra e determinação" -frequentemente usados
pelos corintianos- foram definitivamente apropriados pelos jogadores do São Paulo. Hoje à noite, às 18h30, no Morumbi, os são-paulinos querem usar a ""nova
postura" para obterem um bom
resultado na primeira partida da
série semifinal entre as equipes.
Como o Corinthians fez uma
campanha superior na fase de
classificação do Campeonato Brasileiro, o time tem a vantagem de
jogar por três empates. Uma vitória do São Paulo, porém, daria para o time a possibilidade de empatar os jogos restantes da série.
""A raça faz parte de uma grande
equipe e pode acabar sendo a
marca do nosso time neste Brasileiro", afirmou o goleiro Rogério.
A ""garra" foi incorporada definitivamente ao vocabulário são-paulino após a série de quartas-de-final, contra a Ponte Preta.
No primeiro jogo do confronto,
o São Paulo venceu por 3 a 2 após
estar sendo derrotado por 2 a 0.
Depois de ser superado na segunda partida, a equipe se classificou
para as semifinais batendo a Ponte, em Campinas, por 3 a 2, com
um jogador a menos.
""Soubemos nos adaptar rapidamente às condições que tivemos
que enfrentar contra a Ponte, como gramado ruim, por exemplo",
afirmou o meia Raí.
O ""poder de adaptação" do São
Paulo fez o time mudar a sua postura no mata-mata. Na fase de
classificação, por exemplo, o time
cometeu uma média de 28,9 faltas
por jogo. Nas quartas-de-final, esse índice subiu para 35.
Com isso, passou a fazer mais
desarmes: média de 155,7, contra
132,2 na fase de classificação.
Como nem tudo é perfeito, o time passou a errar mais passes. A
equipe teve o melhor desempenho do torneio na primeira fase
-eficiência de 83,8% nos 414
passes trocados. Porém caiu para
75,5% no mata-mata.
O time passou também a perder
mais bolas -52 contra 42. A eficiência nas finalizações também
piorou -37,3% contra 33,3%.
Com isso, o número médio de assistências baixou de três para
duas por partida.
""Algumas vezes, não dá para se
contar apenas o lado tático numa
partida. Você precisa buscar algo
mais, mesmo quando você está
completamente exausto", afirmou o volante Jorginho.
Mistério
Preocupado em não dar subsídios para o técnico corintiano Oswaldo de Oliveira armar a sua
equipe, o técnico Paulo César
Carpegiani tentou ao máximo esconder a escalação da sua equipe.
Para isso, até recusou-se a dar
entrevistas após o treinamento da
última sexta-feira. Na movimentação, realizada no estádio do Morumbi, o treinador simulou as opções que tem à sua disposição para a partida de hoje à noite.
""Não quero dar nenhuma pista.
Eu, por exemplo, quando não sei
a escalação correta do adversário,
tenho mais dificuldades de instruir meus jogadores sobre o rival.
Sou uma pessoa muito sincera,
um cara franco. Não consigo esconder as coisas", disse o treinador, na quinta-feira, quando decretou a sua ""greve de silêncio".
O mistério de Carpegiani surgiu
por causa das dificuldades em escalar o lado direito da sua equipe.
O lateral-direito Ânderson, suspenso com cinco cartões amarelos, e o meia Vágner, expulso contra a Ponte Preta, estão fora.
Com os desfalques, o técnico
Carpegiani irá utilizar uma formação com três zagueiros.
O volante Edmílson será improvisado na ala direita, com a possibilidade de revezar-se com Jorginho no setor. Souza entra na equipe no lugar de Vágner.
Recuperado de uma contusão
em seu tornozelo direito, o atacante França ainda não foi confirmado na equipe titular. As opções
para o setor são a manutenção de
Jaques -titular contra a Ponte-
e Raí. Se Carpegiani optar por Raí
no ataque, Fabiano será escalado
no meio-campo. "Ele (Carpegiani) só fala o time para nós três horas antes do jogo. Você dorme titular e acorda reserva", disse o
Fabiano, que atuou entre os titulares no treino de sexta-feira.
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