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Vitória aposta na juventude
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
Com cinco titulares formados
em suas divisões de base, o Vitória quer provar hoje à noite, contra o Atlético-MG, que a política
adotada pela diretoria do clube
também pode servir para a conquista de títulos nacionais, e não
apenas para "ganhar dinheiro"
com a venda de jogadores.
"Agora que o Vitória chegou às
semifinais, todo mundo quer saber quais as razões do nosso sucesso. Mas o nosso clube jamais
vai abrir mão de investir nas divisões de base e formar novos talentos, custe o que custar", diz o presidente Paulo Carneiro.
O time que inicia hoje a disputa
por uma vaga na final do Brasileiro tem cinco jogadores formados
no próprio clube: o goleiro Fábio
Costa, o lateral Rodrigo, o zagueiro Moisés, o meia Fernando e o
atacante Cláudio.
Entre os quatro semifinalistas, o
Vitória também é o que tem a menor média de idade: 23,4 anos.
"O time tem a força da juventude, o entusiasmo dos grandes
vencedores e muita disposição",
diz o técnico Toninho Cerezo.
Em relação à equipe que eliminou o Vasco da competição, o Vitória entra no campo do Mineirão
hoje com uma modificação.
O meia Artur, que cumpriu suspensão automática contra a equipe carioca, volta ao time.
Após o treino tático realizado
anteontem, no Barradão, Cerezo
pediu para os jogadores "concentração absoluta" na partida de hoje.
"Vamos respeitar o Atlético do
primeiro ao último minuto. Nosso adversário não chegou entre os
quatro finalistas por acaso."
Para o técnico do Vitória, o
Atlético-MG vai tomar a iniciativa
de jogo e pressionar muito o Vitória. "Precisamos ter muita atenção para evitar erros infantis."
Segundo Cerezo, na primeira
partida contra o Vasco (o Vitória
derrotou a equipe carioca por 5 a
4), a defesa baiana falhou muito.
Além dos contra-ataques, o Vitória quer surpreender o Atlético-MG nas cobranças de faltas da entrada da área.
Na última sexta-feira, os três
principais cobradores de faltas do
time -os meias Fernando, Baiano e Artur- passaram quase
duas horas somente treinando
chutes com bola parada.
"Em decisão, as faltas na entrada da área são raras. Quem souber aproveitar as poucas oportunidades vai levar vantagem", afirma o meia Baiano, autor do gol
(de falta) que eliminou o favorito
Vasco da competição, na última
quarta-feira à noite, em pleno estádio São Januário.
O goleiro Fábio Costa, que se
envolveu em uma briga generalizada com jogadores do Atlético-MG na primeira fase da competição (leia texto acima), acha que o
Vitória tem experiência suficiente
para superar todas as dificuldades
que vai encontrar no Mineirão.
"Um time que jogou de igual
para igual com o Vasco em São Januário não pode mais temer nenhum tipo de pressão", disse.
A chegada da equipe entre os
quatro semifinalistas do Brasileiro reflete o bom momento que
atravessa o esporte baiano.
Além do Vitória, o Bahia também passa por uma boa fase: pode
chegar à elite da competição, depois de dois anos consecutivos
disputando a Série B.
Campeão brasileiro em 1988, o
Bahia está entre os quatro semifinalistas da segunda divisão.
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