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FUTEBOL NO MUNDO
Mundial de verdade
RODRIGO BUENO
Pelo título da coluna, você deve estar achando que vou me
ater àquela batida discussão sobre a legitimidade ou não do
Mundial interclubes, cuja última decisão deve acontecer daqui a algumas horas, no Japão.
Na verdade, o Mundial de verdade a que me refiro é a Copa do
Mundo de 2002, cujas inscrições
se encerram na terça-feira, mesmo dia do confronto entre Palmeiras e Manchester United.
Por mais que a Fifa tenha se
empenhado em seu plano de expansão, nem ela mesmo acreditava em um torneio com quase
200 países. Já são 197 nações envolvidas nas eliminatórias, um
recorde que supera, e bem, os 174
inscritos para as eliminatórias
da Copa da França, em 1998, e
que pode ser ainda ampliado.
Há ainda seis países filiados à
Fifa que não entraram na disputa: Afeganistão, Benin, Coréia
do Norte, Guiné-Bissau, Níger e
Papua-Nova Guiné.
Guiné-Bissau, que ainda se recupera de guerra civil, e Papua-Nova Guiné atuaram nas eliminatórias passadas e, espera-se,
querem jogar de novo. E os norte-coreanos poderão entrar no
Mundial de 2002 de mãos dadas
com os irmãos do sul, representando até uma mesma seleção.
Já Benin está reestruturando
seu futebol, Níger não disputa
competições há anos, e o Afeganistão... Bem, sobre o Afeganistão não tenho a mínima idéia.
Agora, você pode concluir que,
se chamei a Copa de 2002 de
Mundial de verdade porque
quase todo o planeta está na disputa, também devo chamar o
Mundial de Clubes da Fifa de
Mundial de verdade de clubes.
É verdade. Assim como até a
Copa de 1966 (exceção feita a
1934, 1938 e 1954) os Mundiais
de seleções ficaram restritos a
dois continentes, como aconteceu até 1999 com o Mundial interclubes, e todos são legítimos.
Sendo assim, são legítimos
também todos os campeões do
Mundial interclubes. Do contrário, o Brasil seria só um bicampeão mundial e o Uruguai jamais teria vencido um Mundial.
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