São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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FUTEBOL NO MUNDO
Mundial de verdade

RODRIGO BUENO

Pelo título da coluna, você deve estar achando que vou me ater àquela batida discussão sobre a legitimidade ou não do Mundial interclubes, cuja última decisão deve acontecer daqui a algumas horas, no Japão.
Na verdade, o Mundial de verdade a que me refiro é a Copa do Mundo de 2002, cujas inscrições se encerram na terça-feira, mesmo dia do confronto entre Palmeiras e Manchester United.
Por mais que a Fifa tenha se empenhado em seu plano de expansão, nem ela mesmo acreditava em um torneio com quase 200 países. Já são 197 nações envolvidas nas eliminatórias, um recorde que supera, e bem, os 174 inscritos para as eliminatórias da Copa da França, em 1998, e que pode ser ainda ampliado.
Há ainda seis países filiados à Fifa que não entraram na disputa: Afeganistão, Benin, Coréia do Norte, Guiné-Bissau, Níger e Papua-Nova Guiné.
Guiné-Bissau, que ainda se recupera de guerra civil, e Papua-Nova Guiné atuaram nas eliminatórias passadas e, espera-se, querem jogar de novo. E os norte-coreanos poderão entrar no Mundial de 2002 de mãos dadas com os irmãos do sul, representando até uma mesma seleção.
Já Benin está reestruturando seu futebol, Níger não disputa competições há anos, e o Afeganistão... Bem, sobre o Afeganistão não tenho a mínima idéia.
Agora, você pode concluir que, se chamei a Copa de 2002 de Mundial de verdade porque quase todo o planeta está na disputa, também devo chamar o Mundial de Clubes da Fifa de Mundial de verdade de clubes.
É verdade. Assim como até a Copa de 1966 (exceção feita a 1934, 1938 e 1954) os Mundiais de seleções ficaram restritos a dois continentes, como aconteceu até 1999 com o Mundial interclubes, e todos são legítimos.
Sendo assim, são legítimos também todos os campeões do Mundial interclubes. Do contrário, o Brasil seria só um bicampeão mundial e o Uruguai jamais teria vencido um Mundial.


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