São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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BASQUETE
Atleta do BCN é só a 17ª cestinha do Paulista
No fim da carreira, Paula "mata" menos

LUÍS CURRO
da Reportagem Local

Mais famosa jogadora brasileira de basquete em atividade, a ala-armadora Paula, 37, a seis meses de se aposentar, encara uma fase de pontuação minguada.
Com média de 13,5 pontos por partida -contabilizados 11 jogos-, Paula, que defende o BCN/ Osasco, é a 17ª cestinha do Paulista feminino, que está no segundo turno da fase classificatória.
A líder é a pivô Karina Rodrigues, da Knorr/Campinas, com média de 28,5 pontos por jogo.
Até mesmo no BCN, Paula está em posição inferior a três de suas companheiras: a ala-armadora Claudinha lidera as cestinhas da equipe, com 19,6 pontos por jogo, seguida pela pivô iugoslava Nina Bjedov (14,7) e pela ala russa Elena Tornikidou (14,0).
Além disso, com pontuação superior à de Paula estão algumas jogadoras sem nenhum renome, como a armadora Sandra Ávila (19,8), da Toledo/Araçatuba, e a ala Renata Oliveira (15,9), do lanterna Objetivo/Avaré.
A decadência de Paula é acentuada se for feita uma comparação com os últimos dois anos.
No Paulista-97, pela Microcamp/Campinas, Paula terminou sendo a principal cestinha do campeonato, com a excelente média de 33,1 pontos por partida.
No ano anterior, quando a Microcamp sagrou-se campeã estadual, teve média de 32 pontos por jogo (segunda colocada no geral).
No Nacional-98, ainda no time campineiro, registrou 25,7 pontos por jogo, ficando atrás só da ala Janeth (Arcor/Santo André), que teve 28,9 pontos de média.
Contratada pelo BCN, Paula não participou do Paulista-98 por causa do ranqueamento da Federação Paulista, que impede várias jogadoras de alto nível de atuar pela mesma equipe. O BCN optou por Karina e Claudinha.
No Nacional-99, Karina foi dispensada e, pelo Sport (PE), foi a cestinha da competição (média de 26,8 pontos por partida). Paula foi apenas a oitava colocada (média de 16,2 pontos).
E o desempenho descendente está se ampliando neste Paulista.
"A Paula já não é a mesma menina de alguns anos atrás, e a qualquer momento pode anunciar que vai parar", constatou Nestor Mostério, técnico do BCN, desconfiando que Paula não continue jogando depois do Estadual.
Paula, no entanto, assegurou à Folha que cumprirá em quadra o seu contrato com o BCN, que vai até junho -ou seja, ainda defenderá a equipe no Nacional-2000 e, depois, deixa o basquete.
A participação nos Jogos de Sydney-2000, em setembro, pela seleção brasileira, foi descartada. Ela disse ter se arrependido até de ter defendido o Brasil no Mundial-98 -a equipe terminou em quarto-, depois de ter anunciado uma aposentadoria da seleção em 1997. No Mundial, Paula teve a média de 13,7 pontos por jogo.
Sobre a queda em sua performance, a jogadora diz que está jogando na função de armadora, passando mais do que arremessando, o que leva à diminuição em seus pontos. "Na Microcamp eu era a matadora, as jogadas eram para mim", declarou.
No time de Campinas, pelo qual conquistou, três anos atrás, seu mais recente título paulista -tem oito no total-, Paula jogava de ala. Sua irmã Branca era a incumbida de preparar as jogadas.
"É a comissão técnica que decide onde eu jogo", resumiu ela, acrescentando que pontuou mais nos poucos jogos do BCN em que foi deslocada para a ala.
O técnico Nestor Mostério teve que escalá-la nessa posição devido a uma contusão de Elena, mas a tendência é que Paula volte a armar tão logo a russa se recupere.


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