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BASQUETE
Atleta do BCN é só a 17ª cestinha do Paulista
No fim da carreira, Paula "mata" menos
LUÍS CURRO
da Reportagem Local
Mais famosa jogadora brasileira
de basquete em atividade, a ala-armadora Paula, 37, a seis meses
de se aposentar, encara uma fase
de pontuação minguada.
Com média de 13,5 pontos por
partida -contabilizados 11 jogos-, Paula, que defende o BCN/
Osasco, é a 17ª cestinha do Paulista feminino, que está no segundo
turno da fase classificatória.
A líder é a pivô Karina Rodrigues, da Knorr/Campinas, com
média de 28,5 pontos por jogo.
Até mesmo no BCN, Paula está
em posição inferior a três de suas
companheiras: a ala-armadora
Claudinha lidera as cestinhas da
equipe, com 19,6 pontos por jogo,
seguida pela pivô iugoslava Nina
Bjedov (14,7) e pela ala russa Elena Tornikidou (14,0).
Além disso, com pontuação superior à de Paula estão algumas
jogadoras sem nenhum renome,
como a armadora Sandra Ávila
(19,8), da Toledo/Araçatuba, e a
ala Renata Oliveira (15,9), do lanterna Objetivo/Avaré.
A decadência de Paula é acentuada se for feita uma comparação com os últimos dois anos.
No Paulista-97, pela Microcamp/Campinas, Paula terminou
sendo a principal cestinha do
campeonato, com a excelente média de 33,1 pontos por partida.
No ano anterior, quando a Microcamp sagrou-se campeã estadual, teve média de 32 pontos por
jogo (segunda colocada no geral).
No Nacional-98, ainda no time
campineiro, registrou 25,7 pontos
por jogo, ficando atrás só da ala
Janeth (Arcor/Santo André), que
teve 28,9 pontos de média.
Contratada pelo BCN, Paula
não participou do Paulista-98 por
causa do ranqueamento da Federação Paulista, que impede várias
jogadoras de alto nível de atuar
pela mesma equipe. O BCN optou
por Karina e Claudinha.
No Nacional-99, Karina foi dispensada e, pelo Sport (PE), foi a
cestinha da competição (média
de 26,8 pontos por partida). Paula
foi apenas a oitava colocada (média de 16,2 pontos).
E o desempenho descendente
está se ampliando neste Paulista.
"A Paula já não é a mesma menina de alguns anos atrás, e a
qualquer momento pode anunciar que vai parar", constatou
Nestor Mostério, técnico do BCN,
desconfiando que Paula não continue jogando depois do Estadual.
Paula, no entanto, assegurou à
Folha que cumprirá em quadra o
seu contrato com o BCN, que vai
até junho -ou seja, ainda defenderá a equipe no Nacional-2000 e,
depois, deixa o basquete.
A participação nos Jogos de
Sydney-2000, em setembro, pela
seleção brasileira, foi descartada.
Ela disse ter se arrependido até de
ter defendido o Brasil no Mundial-98 -a equipe terminou em
quarto-, depois de ter anunciado uma aposentadoria da seleção
em 1997. No Mundial, Paula teve a
média de 13,7 pontos por jogo.
Sobre a queda em sua performance, a jogadora diz que está jogando na função de armadora,
passando mais do que arremessando, o que leva à diminuição
em seus pontos. "Na Microcamp
eu era a matadora, as jogadas
eram para mim", declarou.
No time de Campinas, pelo qual
conquistou, três anos atrás, seu
mais recente título paulista -tem
oito no total-, Paula jogava de
ala. Sua irmã Branca era a incumbida de preparar as jogadas.
"É a comissão técnica que decide onde eu jogo", resumiu ela,
acrescentando que pontuou mais
nos poucos jogos do BCN em que
foi deslocada para a ala.
O técnico Nestor Mostério teve
que escalá-la nessa posição devido a uma contusão de Elena, mas
a tendência é que Paula volte a armar tão logo a russa se recupere.
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