São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 2005

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VÔLEI

Com título da Copa dos Campeões, técnico só precisa agora vencer o Pan do Rio-2007 para ter todos os troféus oficiais

Brasil ganha, e Bernardinho mira 100%

Issei Kato/Reuters
Seleção masculina de vôlei, atual campeã olímpica e mundial, festeja a vitória sobre o Egito que valeu o ouro na Copa dos Campeões


DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção masculina conquistou ontem a Copa dos Campeões, a primeira dessa geração, e deixou o técnico Bernardinho a um título de completar sua estante.
Em torneios oficiais, o treinador só não subiu até agora no topo do pódio dos Jogos Pan-Americanos, que em 2007 serão no Rio.
Além do troféu, a equipe brasileira também emplacou o melhor jogador do torneio japonês, André Nascimento, e o levantador mais eficiente, Ricardinho.
"Perdemos para Cuba em 2001, quando estávamos sem o Giba, o Gustavo e o Escadinha. Agora só falta o Pan. É importante ter ganhado a Copa dos Campeões. Dá uma boa impressão. Terminamos o ano na seleção com sensação de vitória", avaliou Bernardinho.
Mesmo assim, a equipe encerrou sua campanha com um certo desconforto. Se ainda tinham desconfianças sobre a obsessão do treinador pelos treinamentos, os atletas da seleção devem ter dado um fim a elas ontem.
"O importante é que a equipe foi campeã, apesar de não termos feito um grande campeonato. Tivemos altos e baixos. Ficou uma grande lição, a de que não somos invencíveis. Se não treinarmos bem e não focarmos na competição, podemos perder", afirmou o meio-de-rede Gustavo.
Os altos e baixos apareceram em quase todos os jogos. Ontem, inclusive, quando o time bateu o Egito por 25/21, 25/20 e 25/21.
Na avaliação dos jogadores, a estréia contra os EUA foi muito nervosa (o Brasil fez 3 sets a 1).
No duelo seguinte, contra a fraca China, a equipe só conseguiu vencer no tie-break. Resultado tão estranho quanto o set cedido para os japoneses em seguida.
Resposta positiva só na vitória sobre a sempre poderosa Itália.
"Soubemos ter maturidade e tranqüilidade no tie-break. Na hora da dificuldade, o time compareceu", afirmou Bernardinho.
"Foi uma jornada difícil. Não jogamos tão bem quanto queríamos, mas conseguimos vencer. Faltou treino, e os jogadores estavam cansados", completou.
Bernardinho enfrentou uma série de problemas para preparar a equipe para a competição. O primeiro foi a contusão do ponta Dante, que o forçou a convocar Ezinho, grande surpresa do campeonato, e a apostar nos novatos Murilo e Samuel Fuchs.
Além disso, o time se reuniu apenas poucos dias antes da Copa dos Campeões. Na Itália, Bernardinho gastou três dias, apenas dois deles com o grupo completo.
Depois, a equipe foi para o Japão, onde realizou mais três dias de trabalho antes da estréia.
"O importante é que acreditamos sempre. Todos tiveram participação fundamental nos momentos decisivos", afirmou o oposto André Nascimento, também o maior pontuador da competição, com 98 acertos -média de 19,6 por partida.
A seleção volta a se reunir no ano que vem para a Liga Mundial, de julho a agosto. A prioridade do time, porém, será o Mundial, em novembro, no Japão. O Brasil de Bernardinho buscará o bi.

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